Audiência pública sobre ostomizados destaca desafios e propostas de melhoria
Nesta quarta-feira (29), o vereador Téo Senna (PSDB) conduziu uma audiência pública na Câmara Municipal de Salvador para discutir as necessidades e os desafios enfrentados pelos ostomizados. O evento contou com a participação de profissionais de saúde, representantes de instituições e associações, mães de crianças ostomizadas e membros da sociedade civil.
Na abertura, o vereador Téo Senna destacou a importância de dar visibilidade às questões enfrentadas por essa comunidade. “Precisamos garantir que essas pessoas tenham acesso aos cuidados de saúde necessários e que seus direitos sejam respeitados. Esta audiência é um passo importante para promover mudanças e buscar soluções eficazes para os problemas que afetam essa comunidade”, afirmou o vereador.
O médico proctologista Eduardo Cobas enfatizou a necessidade de uma abordagem multidisciplinar no tratamento de ostomizados. “O cuidado com ostomizados vai além do procedimento cirúrgico. Envolve suporte psicológico, acompanhamento nutricional e, principalmente, uma equipe integrada que possa oferecer um tratamento humanizado e de qualidade”, disse Cobas, destacando a importância de uma rede de apoio robusta.
Lourdes Gomes, pró-reitora da Escola Bahiana de Medicina, sublinhou o papel da educação na formação de profissionais capacitados para atender a esse público. “A formação acadêmica deve incluir o ensino sobre as particularidades e necessidades dos ostomizados. É fundamental que os futuros profissionais de saúde estejam preparados para oferecer um atendimento qualificado e empático”, pontuou Lourdes.
Helena Lima, representando a Secretaria Municipal de Saúde, falou sobre os esforços do município para melhorar o atendimento aos ostomizados. “Estamos comprometidos em ampliar o acesso a serviços especializados e a insumos de qualidade. Sabemos que ainda há muito a ser feito, mas estamos trabalhando para garantir que esses pacientes recebam o cuidado que merecem”, declarou Helena.
As falas emocionadas das mães de crianças ostomizadas trouxeram um olhar mais pessoal sobre os desafios diários enfrentados por suas famílias. Uma das mães relatou a dificuldade em encontrar fraldas e equipamentos adequados para os seus filhos, além do impacto emocional. “É uma luta constante. Precisamos de apoio, tanto emocional quanto financeiro, para garantir que nossos filhos tenham a dignidade que merecem”, expressou.
Outra mãe destacou a falta de informação e preparo de muitos profissionais de saúde. “Muitas vezes, somos nós que ensinamos os profissionais sobre como lidar com nossos filhos. Isso não deveria acontecer. Precisamos de mais capacitação e sensibilidade por parte dos médicos e enfermeiros”, afirmou.
Ana Paula Batista, presidente do Movimento Ostomizados do Brasil (MOBR), destacou os desafios enfrentados pela comunidade ostomizada, incluindo a falta de informações e o preconceito. “Muitos ostomizados ainda sofrem com a desinformação e a discriminação. Precisamos de mais campanhas de conscientização para que a sociedade entenda e respeite as nossas condições”, afirmou Ana Paula.
Encerrando as falas, Aurelino Souza, diretor da Associação dos Ostomizados do Estado da Bahia (AOEBA), enfatizou a necessidade de políticas públicas mais eficazes e de maior representatividade. “Precisamos de uma política de saúde que realmente atenda às necessidades dos ostomizados. E para isso, é crucial que tenhamos uma voz ativa na criação dessas políticas”, concluiu Aurelino.
A audiência pública trouxe à tona a urgência de ações mais concretas e eficazes para melhorar a qualidade de vida dos ostomizados, reforçando a importância de um esforço conjunto entre o poder público, profissionais de saúde, mães de crianças ostomizadas e a sociedade civil.
Foto: Reginaldo Ipê (Ascom/CMS)
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