Política

O incômodo de Janja com Geraldo, o esquema nebuloso de Fortunato e o burburinho do ‘Jero Biden’

Presente nas celebrações do 2 de Julho, a primeira-dama do Brasil, Janja, confidenciou a amigos que se sentiu bastante incomodada com o puxa-saquismo do vice-governador e pré-candidato a prefeito Geraldo Júnior (MDB), a quem referiu-se como pegajoso. Ela teria dito que não gostou nada das mesuras exageradas do emedebista, que, como é sabido, não poupou esforços para pagar de papagaio de pirata. Interlocutores garantem que a falta de entusiasmo do presidente Lula (PT) pelo nome de Geraldo se dá muito por causa de Janja, que é conhecida por um posicionamento ideológico mais firme e não vê com bons olhos uma aproximação com o MDB baiano. E agora, depois da passagem por Salvador, a tendência é piorar.

Jabá turbinado

Está sendo formulada uma denúncia sobre os pagamentos feitos pelo governo do estado, em especial por meio da Sufotur, para a cobertura no São João de 2024. No foco está o Fortunato baiano. O material, que está no forno e será levado ao Ministério Público, desvenda operações perigosas de Fortunato na Sufotur. As investigações apontam os repasses polpudos que ele recebe não se dão apenas para o site dele. O grosso dos valores vem de empresas de diversos setores das quais ele é sócio oculto. A peça já está completa, com riqueza de detalhes e provas, e ainda nesse mês de julho vai ser encaminhada ao MP. Quem viu o material garante que a denúncia trará nomes, sobrenomes e CNPJs de toda a complexa operação.

Na lanterna

E para o desespero de Fortunato, pela primeira vez desde que estreou, seu desafeto, que outrora era seu “casca de bala”, ocupou o primeiro lugar no Ibope do horário do meio-dia, jogando o agora adversário para a lanterninha. A perda de relevância de um e a subida de outro puderam ser sentidas durante os camarotes do São João do governo do estado. Visitando a festa, o comandante do Alô Juca foi paparicado com direito a muitos pedidos de selfies e vídeos. Enquanto isso, seu desafeto desaba na audiência e luta desesperadamente por alguma relevância.

Quem fala o que quer…

E por falar no São João do governo do estado em Salvador, o evento foi considerado pela própria organização um completo desastre. Além do público pequeno, muito abaixo do esperado, não houve uma diversificação de atrativos para as pessoas além dos shows. Alguns integrantes do governo chegaram a culpar o transporte público, mas receberam a invertida do prefeito Bruno Reis (União Brasil): “Esse povo nem festa sabe fazer”.

Busca pela unidade

A oposição na Bahia tem intensificado os esforços para tentar construir o entendimento de candidaturas em Feira de Santana, Itabuna, Ilhéus e Barreiras. Os diálogos estão avançando e o objetivo é chegar a candidaturas únicas para enfrentar os nomes escolhidos pelo governo. Em Feira, os oposicionistas são o ex-prefeito Zé Ronaldo (União Brasil) e o deputado estadual Pablo Roberto (PSDB). Em Ilhéus, despontam os nomes do ex-prefeito Jabes Ribeiro (PP) e do empresário Valderico Júnior (União Brasil). Já na capital do Oeste, Danilo Henrique (PP) e Otoniel Teixeira (União Brasil) estão no páreo. Por fim, em Itabuna, os nomes são o deputado estadual Pancadinha (SD), o ex-prefeito Capitão Azevedo (União Brasil) e o médico Isaac Nery (PDT).

PSOL pede passagem

Pesquisas para consumo interno do Palácio de Ondina deixaram a equipe de Geraldo Júnior ainda mais apreensiva. Antes, o que preocupava era a estagnação dos números dele. Agora, é o crescimento do pré-candidato do PSOL, Kleber Rosa. Para piorar, o ministro Rui Costa (PT) veio a público dizer que não vai se dedicar à campanha, o que acaba dando sinais trocados à militância. Quem também anda preocupado e bastante irritado é o senador Jaques Wagner (PT). Com esse novo episódio, interlocutores garantem que já há um aumento na temperatura da briga entre os dois caciques petistas.

Só lero lero

Além de Wagner, quem também anda bastante irritado é o marketing da pré-campanha do vice-governador. Integrantes andam reclamando nos bastidores da falta de empenho do emedebista e chegam a chamá-lo até de preguiçoso. Dizem que só quer saber de fazer cena e não quer pegar no pesado e cumprir a agenda que esta fase da pré-campanha necessita. Como dizem: é só lero lero.

Capricha no Photoshop

Para além disso, Geraldo anda mais preocupado com sua foto oficial de campanha do que qualquer outra coisa. O vice-governador já avisou a sua equipe que, na imagem, não quer destaque na careca parcial e em outros detalhes. Um integrante da equipe já avisou que vai fazer o possível, mas não é milagreiro. Haja Photoshop, meus amigos.

Teste de popularidade

O sucesso de ACM Neto (União Brasil) e Bruno Reis no 2 de Julho foi tamanho que adversários tentaram a todo custo descredibilizar a participação da dupla no cortejo. Por onde passaram, para todo lado, era beijo, selfie, vídeo e não faltaram palavras de carinho e apoio. Os dois foram acompanhados por uma multidão de apoiadores e terminaram o cortejo literalmente nos braços do povo. Do outro lado, a solidão do vice-governador depois que desceu do carro de Lula foi quase melancólica.

Jero Biden

Políticos da base aliada já admitem a possibilidade de o governador Jerônimo Rodrigues (PT) não concorrer à reeleição em 2026 e abrir espaço para o ex-governador Rui Costa na disputa pelo Palácio de Ondina. A avaliação é que se a gestão continuar no rumo que está, com reprovação crescente, Jerônimo não teria opção senão desistir da reeleição, ou “ser desistido”, como brincou um aliado. Nas rodas de política, um interlocutor suscitou a pergunta: “teremos um Jero Biden em 2026?”. Em tempo, Rui disse à imprensa no 2 de Julho que está com “saudade” do calor humano da Bahia.

Juras de amor

Um momento cômico no 2 de Julho foi quando uma conhecida candidata a vereadora, ao cumprimentar o público, chegou a uma senhora que acompanhava a passagem do cortejo. A mulher logo disse à postulante: “meu filho tirou o título de eleitor só para votar em você”. A candidata abriu um largo sorriso e abraçou a suposta apoiadora, que, após a saída da postulante disse a uma amiga: “Não sei nem quem é”.

Advertência dos céus

Depois de rodar exaustivamente nos debates políticos e nos telejornais, eis que o tema da fila da regulação da saúde na Bahia foi parar aos pés da cruz. Explico. Circula nas redes sociais um vídeo do bispo da Diocese de Amargosa, Dom João Nilton, que durante uma missa critica a morosidade do serviço estadual de saúde. Sobrou até para o deputado estadual Rogério Andrade (MDB), que estava no ato religioso e é da base de Jerônimo Rodrigues. “E aquela regulação que não regula nada, Rogério. Está desregulada. Então… A gente precisa estar ativo”. A bronca do bispo foi acompanhada de aplausos dos fiéis. Só pedindo ajuda divina mesmo.

Por: Coluna Pombo Correio

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