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Entenda o que é idadismo e ajude a combater essa prática discriminatória

O idadismo usa a idade da pessoa para classificá-la e identificá-la de maneira discriminatória, depreciativa e estereotipada. A prática ainda é bastante comum e tem consequências nocivas à sociedade, porque afeta a autoestima e, consequentemente a saúde física e mental, além de prejudicar as pessoas pela exclusão de espaços sociais e laborais, causando impacto em vários setores da vida.

Para jogar luz sobre o tema e ajudar a combater o preconceito, a Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania mobiliza a sociedade, neste mês, com a campanha “Respeito não tem prazo de validade”, em alusão ao Junho Violeta, a fim de alertar sobre todas as formas de violência contra a pessoa idosa.

Pequenas mudanças

Como se trata de uma prática enraizada, muitos indivíduos se acostumaram a ouvir e a reproduzir frases em relação à idade, como: “é muito jovem para isso”, “já passou da idade”, “está muito velho”, dentre outras. Para reverter essa cultura discriminatória, é preciso adotar pequenas mudanças comportamentais na maneira de falar, pensar, agir e sentir, a fim de superar o preconceito e ajudar a combatê-lo, sabendo identificar situações em que ele ocorre e conscientizando pessoas de seu convívio sobre as consequências negativas do idadismo. Em paralelo, também é importante buscar formas de aumentar a integração entre diferentes gerações em todos os ambientes (familiar, social, profissional).

Dimensões

O idadismo ocorre em três dimensões: institucional (dentro das organizações); interpessoal (entre pessoas) ou contra si próprio (internalizado). O secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, ressalta a urgência de mudar essa cultura. “Quando o idadismo é internalizado e a pessoa pensa que não é mais capaz, significa um fracasso das políticas públicas, um fracasso da sociedade, porque a gente tendo condições de enfrentar, não conseguiu, e a pessoa acha que não é uma pessoa sujeita de direitos e de poder usufruir plenamente a sua cidadania”, explicou.

Conscientização e políticas públicas

Segundo o secretário, é importante promover a mudança e incentivar a criação de uma cultura diferente para pensar a pessoa idosa com atitudes que não discriminam. “Precisamos olhar além dos estereótipos, parar de julgar e entender que a pessoa idosa é uma pessoa de direitos também. Direito de estar no mesmo espaço das outras pessoas, nos ambientes intergeracionais, direito à autonomia”, enfatizou Alexandre da Silva.

Apesar de o envelhecimento ser um processo natural da vida, em escala mundial, uma de cada duas pessoas é idadista contra as pessoas idosas. Trata-se de um problema tão presente na sociedade, prejudicando a saúde e a dignidade dos indivíduos, que se faz necessário o levantamento da pauta, por meio de debates, campanhas e disseminação de informações para que haja uma conscientização e mudança de comportamento social, além da criação de políticas públicas de enfrentamento e de leis que punam essa prática.

Sobre o tema, a OMS, o Alto Comissariado de Direitos Humanos, o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas e o Fundo de População das Nações Unidas elaboraram o “Relatório Mundial sobre o Idadismo”. O documento define a prática, dimensiona sua escala e respectivos impactos, além de traçar estratégias para o enfrentamento nos campos: legal, educacional, intergeracional e informacional (ou de influência).

O relatório foi elaborado para contemplar a “Década do Envelhecimento Saudável: 2021-2030” e, por isso, também inclui recomendações para prevenir, reagir e melhor compreender o idadismo a fim de reduzi-lo, e construir um movimento para mudar o discurso em torno da idade e do envelhecimento. De acordo com o estudo, mulheres são as que carregam o maior fardo relativo às múltiplas formas de discriminação, como a pressão estética que é diferente em relação aos homens, sendo cobrada socialmente a disfarçar sinais de envelhecimento.

Idadismo ou etarismo?

O termo idadismo, ou etarismo (ageism, em inglês), foi definido em 1969 por Robert Butler – gerontólogo estadunidense, para se referir aos estereótipos (como pensamos), preconceitos (como sentimos) e à discriminação (como agimos) em relação à idade. Apesar de idadismo e etarismo serem termos mais conhecidos e usados no dia a dia, outros como ageísmo, gerontoísmo, ancianismo, idosismo e velhismo são usados em alguns textos. Os quatro últimos se referem, especificamente, ao preconceito etário contra as pessoas idosas.

Dados do Disque 100

Em 2023, do total de denúncias registradas pelo Disque 100, a maioria foi contra crianças e adolescentes (141.667) e pessoas idosas (88.408) e as maiores espécies de violações por negligência e maus tratos. Isso demonstra que agressores se aproveitam da vulnerabilidade das vítimas em relação às idades para praticar violações de direitos humanos.

Junho violeta

A mobilização do ministério com a campanha “Respeito não tem prazo de validade” ocorre durante o mês junho, em alusão ao dia 15 de junho, data em que é lembrado o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa – instituído pela Organização das Nações Unidas, em 2011, com o propósito de sensibilizar a sociedade sobre o enfrentamento à violência contra a pessoa idosa.

A campanha tem o objetivo de destacar a importância de se garantir a dignidade e os direitos dessa população. A ação tem como mote o combate ao idadismo, uma das formas de violência contra a pessoa idosa relacionada ao preconceito em relação à idade. As ações de comunicação irão abordar as diferentes violências sofridas por mulheres – público mais afetado pelo idadismo – e homens em relação à idade, como, respectivamente, a sobrecarga acumulada e a perda do poder.

Por: Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC)

(Agência Gov)

(Foto: internet)

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