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MinC e UFBA lançam projeto de mapeamento de artistas e agentes culturais com deficiência

De 24 a 26 de abril será o lançamento da primeira etapa do projeto Mapeamento Acessa Mais. A ação integra a programação da I Norte de Arte Acessível: Ciclo de Formação em Acessibilidade Cultural na Educação Básica, evento realizado em Macapá. O Mapeamento é fruto de uma parceria entre a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e o Ministério da Cultura (MinC) e tem como meta o mapeamento de artistas e profissionais com deficiência que atuam em diversas áreas do setor artístico e cultural, profissionais com e sem deficiência que atuam no campo da acessibilidade cultural.

O lançamento do projeto será feito na mesa Política Pública de Acessibilidade Cultural, na quarta-feira (24), às 16h, na Universidade Federal do Amapá.

“O mapeamento visa a elaboração de políticas públicas de formação voltadas para o acesso e para garantir o protagonismo e a visibilidade das pessoas com deficiência nas artes e na cultura”, diz Rafael Maximiniano, coordenador Geral das Políticas de Cultura e Educação da Secretaria de Formação Cultural, Livro e Leitura (Sefli) do MinC.

Outro objetivo é mobilizar artistas, pesquisadores e docentes com e sem deficiência com interesse de pesquisa em Arte e Deficiência para colaboração na mediação junto à comunidade surda, cega e com deficiências em geral para cadastro no mapeamento.

Partindo da premissa Nada sobre nós sem nós, a coordenação geral do projeto está sendo conduzida pelo artista, professor, ativista, pesquisador e doutor pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Eduardo Oliveira, o Edu O., que conta com uma equipe de mais 25 pessoas especializadas na área com e sem deficiência.

“O mapeamento surge para identificar pessoas profissionais com deficiência que atuam na área das artes e cultura que, em sua maioria, não são reconhecidas nos espaços legitimados pela bipedia [c apacidade de se deslocar sobre dois pés ou patas posteriores] , assim como registrar aquelas pessoas que não puderam continuar atuando no campo das artes pela negligência das políticas públicas e da falta de acessibilidade nos referidos espaços, mas que deixaram um importante legado para o que temos compreendido como Cultura DEF”, explica.

O projeto prevê ainda ciclos de formação em acessibilidade cultural e cultura do acesso, iniciando em Macapá, com o Laboratório de Acessibilidade Cultural, que ocorrerá no dia 26, às 17 horas, com um encontro com artistas DEFs e outros profissionais locais.

Em seguida, a programação contará com mesas temáticas, palestras, apresentações artísticas e encontro com artistas e agentes culturais com deficiência locais. Uma das apresentações será a Rua Sinalizada, com Cintia Santos e Elinilson Soares, uma intervenção urbana com poesia em Libras

Para encerrar a programação, a partir das 19 horas, artistas locais e integrantes do mapeamento participarão da Mostra Amapá Cena Acessíve l, realizada no Espaço Cangapé. Nessa ocasião, o artista plástico e professor Fábio Passos, um dos pesquisadores do mapeamento, lançará o livro Corpos (In)visíveis. Também, acontecerá uma exposição de artes visuais com obras de M. Silva, Nathielle Wougles e Estela Lapponi, apresentação musical com Jodoval Farias e as performances Ah, se eu fosse Marilyn! e Mergulho, dos artistas Edu O. e Elinilson Soares, respectivamente.

O evento contará com a presença de grandes nomes da Cultura DEF, como Elinilson Soares e Natalia Rocha que ministrarão cursos de formação em acessibilidade cultural durante os dias do Encontro, além de outras pessoas envolvidas diretamente no projeto. E, também, contará com a participação do Coordenador Geral das Políticas de Cultura e Educação, Rafael Maximiniano e da Coordenadora de Acessibilidade Cultural, Aline Zeymer que compõem a Diretoria de Educação e Formação Artística da Secretaria de Formação Cultural, Livro e Leitura (SEFLI), responsável pela formalização do projeto.

“Gosto de afirmar que a primeira letra das políticas públicas é a letra , de acesso e de acessibilidade. Quando atuamos nas políticas culturais, estamos falando de acessibilidade cultural, cultura DEF e cultura do acesso, compreendendo as pessoas com deficiências como sujeitas dos processos de criação, produção, circulação, difusão e formação. Ou seja, essas pessoas são artistas, produtoras, gestoras e agentes culturais que já atuam ou que possam vir a atuar no campo das artes e da cultura”, afirma o secretário de Formação Cultural, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piúba. 

E completa: “Nesse caminho, a agenda da acessibilidade cultural tem ganhado centralidade no Ministério da Cultura. Este projeto Mapeamento Acessa Mais em parceria com a UFBA é um passo estratégico que estamos trilhando, pois reúne uma ação de mapeamento de artistas e profissionais com deficiência que atuam no país, bem como promove a mobilização de pesquisadores, docentes, artistas e agentes culturais para o cadastro do mapeamento, além de ser também um ambiente de educação com os ciclos de formação em acessibilidade cultural e cultura do acesso. Acreditamos que os resultados, conteúdos e produtos deste projeto serão vitais para subsidiar a construção de uma política estruturante de acessibilidade cultural do Sistema MinC. E que bom estarmos começando por Macapá, nessa parceria com o Laboratório de Acessibilidade Cultural”.

Cultura do Acesso, Acessibilidade Cultural e Cultura DEF

“Quando o assunto é pessoa com deficiência, ainda muito se confunde os significados de cultura do acesso, acessibilidade cultural e Cultura DEF. Ainda há que se consolidar esses três conceitos para permitir o avanço das políticas públicas efetivas voltadas para esse público, de modo a sair da velha política assistencialista. Mas, para além dos conceitos, entender que o acesso não deveria ser questionado e, sim, já estar enraizado na sociedade, que a acessibilidade cultural contempla não só a pessoa com deficiência como espectadora e consumidora, mas como fazedora de cultura e protagonista e, por fim, entender o que é a Cultura DEF e que ela resiste e contribui para a construção de uma sociedade menos capacitista, onde é feito o caminho inverso do que estamos acostumados que é: trazer as pessoas sem deficiência ao mundo das pessoas com deficiência e assim quebrar os estigmas e construir uma convivência mais saudável”, diz Aline Zeymer.

Ideia complementada pela fala de Edu O.: “A produção artística de pessoas com deficiência atravessa os tempos nas mais diversas linguagens e é preciso reconhecê-la e valorizá-la como uma Cutura Def pelas suas especificidades e pelas contribuições técnicas, estéticas, poéticas e metodológicas que a própria deficiência fomenta, quer seja em movimentos, tecnologias, formas de comunicação, escrita… a deficiência produz conhecimentos que são utilizados por todas as pessoas e, sem dúvida, produzimos conhecimentos artísticos de altíssimo nível”.

Serviço
Lançamento do projeto Mapeamento Acessa Mais

Data: 24 de abril de 2024
Local: Universidade Estadual do Amapá
Horário: 16h (horário de Brasília)

Formação e Profissionalização do Artista DEF
Data: 25 de abril de 2024
Local: Universidade Federal do Amapá
Horário: 14h (horário de Brasília)

Laboratório de Acessibilidade Cultural: Encontro com Artistas e Agentes Culturais com Deficiência
Data: 26 de abril de 2024
Local: Espaço Cangapé
Horário: 17h (horário de Brasília)

Mostra Amapá Cena Acessível
Data: 26 de abril de 2024
Local: Espaço Cangapé
Horário: 19h (horário de Brasília)

*Com informações da Equipe do projeto Mapeamento Acessa Mais.

Por: Ministério da Cultura (MinC)

(Agência Gov)

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