NotíciasOpinião

Ilha de Itaparica e a falta de ajuda para os animais abandonados

Ontem foi aniversário de uma das protetoras da ilha e uma das integrantes da ONG UPIVEC, a Lorena, carinhosamente conhecida por Lore. O que ela não esperava era que em uma data tão importante, ela além de se atrasar para seu trabalho, ia se entristecer tanto, ao se deparar no caminho com uma cadela morta, ou seja, mais um animal morto pela maldade humana.

Lore parou, fez um vídeo comovente e fez a pergunta que todos nós fazemos todos os dias:

Até quando o poder público vai fechar os olhos para a causa animal? Até quando?

Sem querer deixar o animal na estrada morto, conseguiu a ajuda de um rapaz, e o enterrou em terreno baldio em Itaparica. Ela ainda conta que sempre tem animais mortos, tanto em Itaparica como em Vera Cruz. Já virou rotina para os protetores.

No dia anterior, outro protetor, o Cristian David, também encontrou um animal agonizando e fez um apelo ao poder público, a vigilância sanitária, a zoonose, para que tenha um olhar diferenciado sobre essa questão de animais abandonados nas ruas, está tendo um possível surto de cinomose e os animais estão agonizando, e ao encontrar mais um em estado deprimente na rua, ele foi pessoalmente na zoonose de Vera Cruz solicitar a eutanásia.

Cristian ainda conta que os descasos do poder público chegam a ser revoltantes, porque se não fosse a ajuda dos protetores que se mobilizam, e cada um colaborar da forma que pode, com recursos próprios, não deixando o animal sofrer muito, fazendo o possível para salvar suas vidas, a situação ia ser bem pior. A mobilização acontece para compra de medicamentos, cirurgias, castrações, alimentações, ou o que precisar no momento.

O fato é que esses acontecimentos nos fazem refletir que os animais têm amor e afeto, sentem sede, fome, dor, medo e a necessidade de cuidados. Não os maltrate. Deus os criou para que possamos cuidar deles.

Em Vera Cruz a quantidade de animais abandonados chega a ser alarmante, são cachorros e gatos, fora os cavalos que ao contrair doenças, ou fraturas, quando acham que o animal não tem mais utilidades, são abandonados por seus tutores.

Os protetores vêm encontrando animais agonizando, abandonados, feridos, parindo sem controle, famintos, e isso é um reflexo negativo para a gestão, tanto de Itaparica, como de Vera Cruz, e se não fosse por nós, os protetores que estão espalhados pelos municípios, a situação ia estar bem pior. Inclusive em um desabafo do Cristian com o pessoal da zoonose, ele argumentou que o lugar dos profissionais é na rua, no campo, não dentro de uma sala, como também se comunicando com os protetores, por que são os protetores que conhecem a realidade dos animais de rua, das doenças, das necessidades, de onde os encontrar.

Dentre as reivindicações e promessas oriundas da Feira de Saúde animal, patrocinada pela Secretaria de Saúde de Vera Cruz/BA, no ano passado, no dia 25 de agosto, realizada na Praça de Mar Grande, houve uma triagem para castração, mas até hoje não foi realizado. Mas já meio incrédulos, acreditamos, como é ano político, vai acontecer ainda dentro das campanhas políticas, e certamente essa ação será utilizada. Desabafou o Cristian.

A UPIVEC (União dos Protetores Independentes de Vera Cruz) solicita da Secretaria  de Saúde, junto aos órgãos da Vigilância Sanitária e Zoonose, da Ilha de Itaparica, dos municípios de Vera Cruz e Itaparica, uma atenção maior em relação aos animais abandonados à própria sorte, buscando um maior empenho em relação a prevenção, visto que os animais estão agonizando nas ruas, nas casas dos protetores, solicitamos a proteção e promoção à saúde pública dos vera-cruzenses e Itaparicanos, por meio de vigilância severa e controle desses animais espalhados pelas ruas dessas cidades.

Aguardamos um retorno favorável, esperando ser o mesmo pensamento de todos, em unanimidade, uma união com a finalidade do bem-estar animal e da população.

Junte-se a nós nessa causa.

Por: Sarita Rodrigues
Administradora, Redatora Web e estudante de Medicina Veterinária.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *