Sílvio Humberto destaca Dia Municipal da Dança Afro-Brasileira
Presidente da Comissão de Cultura da Câmara de Salvador, o vereador Sílvio Humberto (PSB) destaca a importância do Dia Municipal da Dança Afro-Brasileira. A data foi instituída no calendário cultural da cidade através do Projeto de Lei nº 91/2019, em 12 de outubro, de autoria do vereador.
Como explica Sílvio, a escolha da data homenageia o dia de nascimento de Raimundo Bispo dos Santos, popularmente conhecido como Mestre King, em reconhecimento ao seu pioneirismo, contribuição sociocultural e difusão do conhecimento acerca dessa expressão artística na Bahia e no Brasil.
“Além de reconhecer a importância da dança afro, a data tem objetivo de, anualmente, dar visibilidade ao precursor Mestre King e manter vivos seu legado e memória”, afirmou.
King nasceu em 1943, em Santa Inês, Bahia, mas aos 4 anos mudou-se com a família para Santo Antônio de Jesus, onde morou até os 7 anos, indo depois residir em Salvador. Filho de uma família humilde, composta por seis irmãos, cresceu no interior, onde teve uma infância rica de brincadeiras como qualquer criança de sua idade. Em Salvador, foi adotado por uma família de árabes, de bom poder aquisitivo, que morava no Pelourinho, Centro Histórico da cidade de Salvador.
O vereador diz ainda que, através de seus dotes na capoeira, Raimundo conheceu a professora Emília Biancardi, folclorista e musicóloga, que lhe ensinou a cantar maculelê e lhe apresentou conteúdos folclóricos como o samba de roda e a puxada de rede, e o candomblé.
Biancardi viajava para fazer pesquisas na área de dança e Mestre King sempre a acompanhava. Assim, além de jogar capoeira e cantar no coral, também cantava em companhias de dança e música. Na experiência como cantor, descobriu que era bom dançarino.
Trajetória
Em 1972, foi convidado para cantar no projeto Olodumaré, hoje Brasil Tropical, na Alemanha, época em que também estava no momento de prestar vestibular, ainda como destaca Sílvio, lembrando que o garoto decidiu, então, abrir mão da viagem e tentar uma vaga para o curso de dança na Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Foi o primeiro homem negro a ingressar no curso de licenciatura em dança pela Ufba, em 1976. Autor de mais de 100 coreografias, em 1989, concluiu a especialização em Coreografia, também pela Ufba. O ineditismo de sua atitude, ganhou a notoriedade do Jornal Nacional, em 1971, que anunciou a reportagem: “Primeiro homem da América Latina a fazer vestibular de dança: Raimundo Bispo dos Santos”.
Sílvio destaca ainda que Mestre King foi responsável por formar os principais nomes da dança afro na Bahia, como Zebrinha, Augusto Omolu, Armando Pequeno e Paco Gomes. King revolucionou a prática e o ensino da dança contemporânea. Faleceu em 2018, aos 74 anos, com mais de 50 anos de carreira na dança. Para celebrar o dançarino e coreógrafo, foi produzido o documentário Raimundos: Mestre King e as Figuras Masculinas da Dança na Bahia.
Câmara Municipal de Salvador
(Foto: VC)