Ratão, Biel e Juba disputam vaga no ataque do Bahia; veja a preferência de Ceni
Em início de trabalho no Bahia, Rogério Ceni corre para encontrar o time ideal que faça o Esquadrão reagir na luta contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. No “quebra-cabeça” tricolor, o lado esquerdo do ataque é o setor que possui a maior disputa por uma vaga entre os titulares.
Atualmente, pelo menos três jogadores brigam por uma posição. São eles: Rafael Ratão, Biel e Luciano Juba. Cada um com uma história diferente no clube baiano e perfil que pode, ou não, agradar Rogério Ceni na hora de escolher quem vai jogar.
Contratado durante a janela do segundo semestre, Rafael Ratão aproveitou bem a brecha dada por Biel, que estava machucado, e se firmou como titular. O atacante marcou dois gols em oito jogos no Campeonato Brasileiro e teve a preferência do treinador nas duas partidas disputadas.
Por outro lado, Biel está entre os principais atletas do Bahia na temporada. Em 34 jogos, ele marcou nove gols e deu seis assistências. O jogador divide com Everaldo e Ademir o posto de artilheiro do time no Brasileirão. Cada um balançou as redes três vezes.
A moral é tanta que Biel herdou a camisa 10 após a saída de Daniel. No entanto, desde que voltou de lesão, ele ainda não recuperou a posição no time titular. Ficou no banco nos jogos contra Botafogo, Vasco, Coritiba e Santos. Em todos os duelos, o atacante foi utilizado no segundo tempo.
O último que entrou na disputa foi Luciano Juba. Contratado ao fim do vínculo com o Sport, ele desembarcou no Bahia no início do mês com enorme expectativa pelo que fez no clube pernambucano: 20 gols e 18 assistências.
Apesar de ter ganhado destaque jogando pelo lado esquerdo no Sport, na derrota para o Santos Rogério Ceni surpreendeu e escalou Juba na ponta direita. O treinador usou a concorrência para justificar a decisão. “Nós temos o Ratão, que joga pela esquerda. Temos o Biel, que costuma jogar pela esquerda. Se eu tenho Juba, que joga pela esquerda, são três atletas, não consigo botar ele para jogar. Todo mundo vai dizer: ‘Olha, contrataram o jogador e ele não dá oportunidade’”, iniciou Ceni.
“Conversei com ele, trabalhei dois dias com ele pelo lado direito, sei que não é muito. Mas é um jogador que nos faz ganhar muito na bola parada quando entra e é um jogador que joga em um estilo parecido com Ademir. Claro que não tem a velocidade de Ademir, mas é um cara que recebe, traz para dentro e consegue fazer essas tabelas. Mas também precisa de adaptação, precisa de tempo”, completou.
Ainda segundo o treinador, a força física de Ratão é um ponto que ele leva em consideração. Rogério destacou que é importante ter um jogador que consiga proteger e segurar a bola no ataque.
O que poderia beneficiar Biel e Juba seria uma possível mudança no trio de frente. Com Everaldo em baixa, Rogério Ceni não descarta testar Rafael Ratão na função de centroavante, o que abriria espaço do lado esquerdo.
“Um dos treinos que fiz, utilizei ele [Ratão] como 9. Experimentei ele dessa forma, acho que nesse treino o Biel trabalhou pelo lado esquerdo. O nosso time, quando não joga Rezende, é de estatura baixa. Um time que, se tirar Everaldo – que é um jogador que tanto ataca muito bem a bola quanto na parte defensiva, dos escanteios, defende muito bem -, acaba perdendo em bolas paradas. É preciso ter um equilíbrio de altura e força. Biel é muito talentoso, leve, mas, na hora do corpo a corpo, Ratão sustenta melhor. Não podemos fazer um time com biotipo muito leve e que seja atropelado fisicamente no jogo”, explicou Ceni. Na ocasião, Rezende estava suspenso e não enfrentou o Santos.
Na busca do encaixe ideal, o tempo tem sido aliado. O time ganhou 11 dias de preparação para o jogo contra o Flamengo, dia 30, no Maracanã. Até lá, Rogério Ceni vai tentando passar as suas ideias.
O tricolor é o 16º colocado, com 25 pontos, e corre risco de entrar no Z4 antes de entrar em campo. Isso porque o Vasco fará um jogo atrasado contra o América-MG na segunda-feira, em Minas. O time carioca tem 23 pontos.
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