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Prefeitura e Projeto Baleia Jubarte fomentam turismo de observação de baleias em Salvador

A Prefeitura de Salvador e o Projeto Baleia Jubarte vão realizar uma série de ações para fomentar o turismo de observação de baleias entre os meses de julho e outubro. Nesse período, as fêmeas saem da Antártica à procura de águas mais quentes e calmas para ter os seus filhotes, amamentá-los e realizar os seus rituais de acasalamento. Algumas baleias, no entanto, já estão sendo avistadas no litoral baiano. No último dia 26, os mamíferos foram flagrados em uma área distante da costa, no Terminal da Feira de São Joaquim e na praia do Porto da Barra.

Diversas ações estão sendo planejadas pelo Projeto Baleia Jubarte para a capital baiana nesta temporada, contando com a parceria da Prefeitura, por meio das Secretarias Municipais de Cultura e Turismo (Secult) e de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-estar e Proteção Animal (Secis). No próximo dia 17, será montado um ponto fixo de observação dos cetáceos no Museu Náutico da Bahia, no Farol da Barra.

As equipes do Projeto Baleia Jubarte permanecerão no Farol da Barra até o dia 15 de outubro, fazendo a observação das baleias do alto da torre do Farol da Barra e oportunizando que os visitantes participem da busca ativa com binóculos cedidos pela equipe, em uma experiência conhecida como ciência cidadã. No local também serão realizadas atividades como palestras e oficinas, atendimentos especiais para instituições de ensino e pesquisa e a exposição fotográfica “Baleias Urbanas Soteropolitanas”, que mostra a relação entre Salvador e as baleias.

O ponto fixo de observação em Salvador foi montado no Farol da Barra no ano passado e permitiu 577 avistagens de baleias. Além disso, o Projeto Baleia Jubarte registrou 44 mil visitas à exposição Baleias Urbanas Soteropolitanas e mais de 5 mil participações em palestras, na ciência cidadã e atendimentos a grupos.

Além do ponto fixo de observação, duas operadoras de turismo credenciadas, parceiras do Projeto Baleia Jubarte, irão operar o turismo de observação de baleias na capital: a Shark Dive Centro de Mergulho e a Luck Receptivo Salvador. Essas operadoras seguem a legislação vigente para a atividade e suas equipes são treinadas pelo projeto. Nas saídas de observação a equipe do Projeto se faz presente, realizando uma rápida palestra sobre as baleias, acompanhando no mar para esclarecer dúvidas dos visitantes e coletando dados científicos.

“O objetivo do Projeto Baleia Jubarte e da Prefeitura é fomentar o turismo de observação de baleias. A Prefeitura de Salvador está nos ajudando com esse fomento. Nós não ganhamos economicamente com esse tipo de turismo e com as parcerias, nós entendemos que essa é uma forma sustentável de preservar as baleias. É um turismo que gera economia para a cidade e, ao mesmo, com ele, conseguimos manter esses animais vivos, evitando que as pessoas queiram matá-los”, afirma o coordenador do Projeto Baleia Jubarte e doutor em Ciência Animal pela UFBA, Gustavo Rodamilans.

Normas – A Portaria do Ibama Nº 117/96 estabelece regras de prevenção dos cetáceos encontrados em áreas brasileiras. Entre as normas, é necessário manter uma distância de 100 metros das baleias e desengrenar o motor da embarcação. No caso de algumas espécies, determina-se desligar o motor ou deixá-lo no neutro. Além disso, é proibida a prática de mergulho ou natação, com ou sem o auxílio de equipamentos, a uma distância inferior a 50 metros de baleia de qualquer espécie.

As proibições estão presentes no Manual de Boas Práticas de Observação de Baleias, disponível no site do Projeto Baleia Jubarte. O material também será impresso por meio de uma parceria entre o Projeto Baleia Jubarte e a Prefeitura de Salvador e em seguida distribuído no meio náutico, inclusive marinas, portos e guarderias de canoas havaianas.

Curiosidades – Segundo Gustavo, a estimativa da população de baleias na costa brasileira é de 30 mil. Os filhotes das baleias são totalmente dependentes das mães e se alimentam com cerca de 80 a 100 litros de leite por dia. Os filhotes já nascem com quatro metros e uma tonelada. Além disso, Gustavo ressalta que as mamães baleias têm uma relação parental muito forte com os seus filhotes. Nos primeiros seis meses, eles são mantidos o tempo todo por perto e se alimentam exclusivamente de leite. Só depois desse período, esses filhotes começam a se alimentar de pequenos peixes.

Gustavo alerta ainda que em caso de encalhe na região que vai de Ilhéus até a divisa com Sergipe, a população deve entrar em contato com o projeto por meio do número de telefone: (71)996572056. Considerando a população de 30 mil baleias, o número de encalhes anuais é pequeno. No ano passado, foram registrados 108 ao longo de todo o ano.

“A orientação é que as pessoas não encostem nos animais, pois às vezes o animal ainda está vivo. Algumas pessoas tentam ajudar, colocando o animal na água, mas é uma tarefa impossível para uma pessoa, pois um filhote de baleia pesa uma tonelada. Isso representa um risco, às vezes o animal se debate ou esbarra na pessoa e pode causar fraturas. Inclusive, já houve casos de morte, pois o animal rolou em cima da pessoa. Ao receber o contato, nós fazemos o atendimento imediato. Conhecemos o animal e sabemos como proceder”, alerta.

SECOM

Foto: Projeto Baleia Jubarte/ Divulgação

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