Torcida faz festa, mas Vitória vacila e perde primeira na Série B
Nas arquibancadas a torcida deu show e fez sua parte. Em campo, o Vitória se esforçou até o fim, mostrou força de recuperação dentro do jogo, mas perdeu para o Atlético Goianiense por 3×2 na noite deste domingo (14) de Dia das Mães. Apesar do revés apertado, o rubro-negro se mantém na ponta da tabela da Série B com 15 pontos conquistados, um a mais que o Criciúma, segundo colocado. A distância para o Botafogo-SP, primeiro time fora do G4, segue confortável com três pontos de distância. Já o Vila Nova, 6º colocado, tem 11 pontos e um jogo a menos.
Os gols do Dragão foram marcados por Luís Fernando e Bruno Tubarão, ainda no primeiro tempo, e Kelven, no segundo. Do lado rubro-negro, o time esteve atrás do placar durante toda a partida, mas quase empatou duas vezes com os gols marcados por Osvaldo e Tréllez, ambos na etapa final. A equipe comandada por Leo Condé perdeu a oportunidade de igualar o recorde histórico do Corinthians na Série B de 2008, que venceu os seis primeiros jogos e é a única equipe a conseguir este feito.
A próxima parada do Vitória é diante do Mirassol, fora de casa, que segue na cola do G4 e tem dez pontos conquistados. A partida será na próxima sexta-feira, às 19h. O volante Rodrigo Andrade recebeu o terceiro cartão amarelo no jogo e já é desfalque confirmado para a partida contra a equipe paulista.
No Barradão, o Vitória entrou em campo com uma mudança em relação ao último jogo diante do Ceará. Giovanni Augusto, com lesão na coxa, foi vetado pelo departamento médico e Matheusinho foi a escolha do técnico Léo Condé para o onze inicial do Leão. Com a troca, Osvaldo foi deslocado da ponta para o meio do campo e Matheusinho ocupou o lado direito. No primeiro tempo a dinâmica não foi efetiva e a equipe goiana foi dominante em boa parte dos 45 minutos.
Matheusinho se isolou no lado direito e não teve a companhia do lateral Zeca na construção das jogadas, que teve postura mais defensiva. Pelo meio, Osvaldo não conseguiu construir jogadas e serviu poucas bolas aos companheiros de ataque, principalmente a Welder, fixo como centroavante e que pouco saiu da área. O camisa 9 fez um jogo abaixo, não finalizou e saiu durante o segundo tempo para a entrada de Santiago Tréllez.
O Atlético soube se portar jogando contra o líder da Série B e, mesmo sem ter a maior posse de bola, controlou o ritmo de jogo e impediu que o Vitória investisse em jogadas de velocidade pelas pontas, onde tem jogadores que sabem desequilibrar no 1 contra 1, como Zé Hugo e o próprio Osvaldo. O Dragão foi extremamente eficiente e, das três oportunidades claras que teve no primeiro tempo, colocou duas na rede.
O primeiro saiu dos pés de Luís Fernando, que recebeu bom cruzamento do lateral direito Rodrigo Soares e, sozinho na área, chapou de primeira no canto de Lucas Arcanjo. 1×0. Esse foi o primeiro gol sofrido pelo Vitória no campeonato. O placar reverso despertou no time e na torcida uma situação que ainda não tinha sido experimentada nessa Série B. Como o Vitória se comportaria ao sair atrás do placar?
A primeira resposta foi negativa. Três minutos depois, Osvaldo erra um passe na intermediária de defesa, Igor Torres recebe a bola pelo lado esquerdo do campo e cruza rasteiro. O meia Shaylon não chegou na bola, mas viu o companheiro Bruno Tubarão bem posicionado para tocar a bola para o gol e ampliar o placar: 2×0.
Antes disso, Igor Torres havia levado perigo para a meta de Arcanjo com um chute forte rasteiro de fora da área, que foi bem defendido pelo goleiro do Leão. Até os 35 minutos de jogo o Vitória não tinha obrigado o goleiro Ronaldo, formado nas categorias de base e ex-jogador do clube, a fazer nenhuma defesa importante. A primeira delas, inclusive, saiu em um lance que não valeria por impedimento. O zagueiro Wagner Leonardo desviou um chute de cabeça no contra pé do goleiro, que voou na bola e tocou para escanteio. A ‘lei do ex’ parecia estar funcionando melhor para o arqueiro do Atlético.
Recuperação
O jogo foi para o intervalo sem uma grande apresentação rubro-negra, mas a equipe retornou para a etapa final com o ânimo renovado e um poder de reação que animou a torcida nas arquibancadas, que voltou a empurrar o time. A desvantagem de dois gols parecia ser questão de tempo para ser diminuída, já que o cenário agora era de um Vitória mais efetivo no ataque e um Atlético que não conseguia ficar com a bola e ditar o ritmo de jogo.
Taticamente houve um fator importante para a mudança de comportamento do Leão. Condé voltou a utilizar Osvaldo pelo lado de campo e, desde o começo da segunda etapa, o atacante se mostrava mais confortável e efetivo nos lances individuais. O primeiro gol do Vitória foi uma prova disso, aos 19 minutos.
O lance começa com um quase gol do Atlético, quando Lucas Arcanjo fez um milagre no chute de Luís Fernando dentro da grande área. O goleiro se levantou rápido e acionou direto Osvaldo no campo de ataque, que saiu do lado direito, deixou o marcador do Atlético no chão e finalizou cruzado. O chute ainda desviou no bico da chuteira do jogador goiano e entrou de mansinho na rede.
Ali o torcedor acreditou no empate, mas tomou um banho de água fria com mais um lance efetivo do Atlético Goianiense. Aos 32, Luís Fernando recebeu a bola após desarme perto da grande área, rolou a bola para Kelvin na ponta direita e o atacante deixou dois jogadores do Vitória para trás antes de finalizar. O chute cruzado ficou fora do alcance de Lucas Arcanjo e foi motivo de desânimo para a torcida rubro-negra no Barradão.
A última esperança saiu aos 44 minutos da segunda etapa com o gol do colombiano Tréllez. Marcelo cruzou na área, Diego Torres errou o domínio, mas foi o suficiente para amaciar a redonda para o centroavante. O camisa 22 acertou uma bomba no ângulo e aumentou a pressão no fim do jogo. Àquela altura o empate já seria um útimo resultado para o rubro-negro.
O empate não saiu, mas os aplausos da torcida no fim mostram que o time não sabe aproveitar apenas as fragilidades do adversário quando sai na frente do placar.
Correio