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Fim dos combustíveis fósseis? Saiba como será a ‘gasolina’ do futuro

Cientistas e especialistas apontam que existem reservas suficientes de combustíveis fósseis para abastecer a demanda mundial por algumas décadas, como a gasolina e o diesel. Contudo, a humanidade planeja deixar de usar esses recursos para não piorar ainda mais os problemas ambientais causados pela mudança climática.

Apesar de ainda existem reservas de combustíveis fosseis para muito anos, o crescimento da demanda mundial deve causar um aumento considerável do preço nos próximos anos — como já vem acontecendo. Por essas e outras razões, centenas de empresas começaram a investir no setor de energia limpa e renovável, reduzindo a dependência dos combustíveis comuns e da maneira que eles afetam a natureza com a poluição que emitem.

Nos últimos anos, diversas tecnologias de energia renovável ganharam destaque, como a energia solar, eólica, hidrelétrica e geotérmica. Em um relatório da Ember sobre o uso de energias renováveis durante 2021, foi detalhado que as fontes solar e eólica já representam 10,3% de toda a eletricidade em todo o mundo.

O que são combustíveis fósseis?

Os combustíveis fósseis são produzidos a partir da matéria orgânica que se acumulou na Terra no decorrer de milhões de anos, como petróleo, gás natural e carvão. Todos esses recursos não são renováveis ou limpos, já que eles demoram milhões de anos para se formar e emitem gases de efeito estufa durante a combustão.

A gasolina é um dos combustíveis fósseis mais populares em todo o mundo, um derivado líquido produzido a partir do petróleo, amplamente utilizado em carros, motos, aviões e barcos. Se trata de uma combinação de hidrocarbonetos, compostos por átomos de carbono e hidrogênio, refinados a partir do petróleo.

Quando a gasolina é queimada em um motor a combustão, são liberados gases como dióxido de carbono (CO2), óxido de nitrogênio (NOx), monóxido de carbono (CO) e outras substâncias tóxicas. Todos esses gases são extremamente poluentes para a natureza e contribuem para a mudança climática.

Sem contar que a própria extração, produção e transporte desses combustíveis fósseis também causam impactos ao meio ambiente, contribuindo na eliminação de certos habitats naturais, na poluição do solo e da água, em ameaças para a biodiversidade do planeta, entre outros problemas.

Quais as alternativas disponíveis no mercado atual?

Um relatório do Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC), publicado em 2022, faz um alerta sobre o uso de combustíveis fósseis. A organização científica, criada no âmbito das Nações Unidas, pede o fim do uso dos combustíveis fósseis nas próximas décadas e uma redução considerável nos próximos oito anos, pois os gases do efeito estufa estão continuamente aquecendo o planeta e podem causar sérios problemas para a humanidade em um futuro não tão distante.

Em 2021, durante a 26ª Conferência do Clima da ONU (COP 26), 24 países fecharam um acordo e se comprometeram a encerrar a venda de veículos movidos a combustíveis fósseis até 2040. Na mesma ocasião, as fabricantes Ford, Volvo e Mercedes-Benz também assinaram o acordo e prometeram encerrar a venda desses veículos em mercados líderes até 2035, focando apenas na produção de carros movidos a energias renováveis.

Hidrogênio verde

O hidrogênio verde é uma das melhores alternativas entre as fontes de energia limpa e renovável para a substituição dos combustíveis fósseis em veículos. O combustível limpo é produzido a partir da eletrólise, um processo que usa correntes elétricas para separar o hidrogênio do oxigênio na água — para a produção, são usadas fontes renováveis, como energia solar ou eólica.

Biocombustíveis

Os biocombustíveis também são uma opção de energia que apresentam baixo índice de emissão de poluentes, pois podem ser produzidos a partir de fontes renováveis, como resíduos orgânicos. No Brasil, é muito usado o etanol, fabricado a partir da cana-de-açúcar. Contudo, ainda existe um debate sobre o tema, já que a produção de biocombustíveis também pode acabar criando uma competição com a indústria de alimentos, causar desmatamento e gerar poluição.

Energia elétrica

Os carros movidos a energia elétrica já estão entre nós, e estão entre as melhores opções para limitar a emissão de gases poluentes no campo dos transportes. Mas há um detalhe importante: a energia elétrica que abastece as baterias dos veículos deve vir de fontes renováveis e limpas, como as citadas abaixo, para que o impacto ambiental seja realmente menor.

  • Energia solar – A energia solar converte a luz gerada pelo Sol em energia elétrica por meio de painéis solares. A fonte pode ser usada em diferentes situações, seja para alimentar a eletricidade de uma casa ou para abastecer as baterias de um veículo elétrico.
  • Energia eólica – A energia eólica é uma fonte de energia limpa gerada por meio do movimento do ar, capturada por turbinas eólicas que convertem a energia cinética do vento em eletricidade.
  • Energia hidráulica – A energia hidráulica é gerada a partir do movimento das águas e é capturada por meio de usinas hidrelétricas, que convertem a energia cinética da água em eletricidade.
  • Energia geotérmica – A energia geotérmica é capturada por meio de usinas geotérmicas, utilizando o calor natural do interior da Terra para gerar eletricidade.

Combustíveis sintéticos

Os combustíveis sintéticos são feitos artificialmente, a partir de reações químicas que podem gerar gasolina, diesel e até querosene fabricados em laboratório, sem a necessidade de extração na natureza. Esses combustíveis também são projetados para não emitir gás carbônico.

O que podemos esperar do futuro?

“A Cop26 marca o fim do caminho para o motor de combustão interna. Saúdo todos os líderes que estão conosco hoje para mostrar ao mundo que a mudança para o transporte rodoviário limpo não está apenas acontecendo, mas acelerando”, disse a diretora-executiva do Climate Group, Helen Clarkson, em mensagem ao The Guardian.

Até o momento, 197 países assinaram o Acordo de Paris, um tratado internacional que tem o objetivo de limitar o aquecimento global a menos de 2 graus acima dos níveis pré-industriais e limitar o aumento da temperatura em até 1,5 grau. Ou seja, governos em todo o mundo já estão se preparando para reduzir o consumo de combustíveis fósseis para continuar atendendo aos critérios do acordo e, assim, limitar as mudanças climáticas.

(Tecmundo)

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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