Estados defendem o Novo Ensino Médio, revela ministro da Educação
O ministro da Educação , Camilo Santana , afirmou neste domingo (23) que secretários de educação dos Estados não quiseram a revogação do Novo Ensino Médio . O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já declarou que não irá revogar a reforma, mesmo sofrendo pressão de especialistas, movimentos estudantis e entidades educacionais.
“Os secretários estaduais de educação do Brasil fizeram um ofício, uma carta pedindo para que não revogasse [o Novo Ensino Médio]. Pedindo para que resolvesse os problemas, melhorasse a implantação”, disse o ex-governador do Ceará em entrevista a jornalistas.
Camilo Santana declarou que a implementação do modelo não funcionou até o momento porque o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi “omisso” e incompetente. “Aliás, tivemos uma pandemia e o ministério foi omisso na capacitação, na infraestrutura, no apoio, na orientação”, opinou.
Mesmo Lula descartando revogar o Novo Ensino Médio, a implementação foi suspensa por 60 dias para que a reforma seja avaliada por um grupo de trabalho. O colegiado avaliará os impactos com as alterações e apresentará propostas para que o projeto melhore.
“É esse debate que nós estamos fazendo. Não queremos nos precipitar em nenhuma decisão para não prejudicar os nossos alunos, os nossos estudantes”, afirmou o ministro do MEC.
ENEM em 2024
O novo exame, que tinha previsão de começar a partir de 2024 , teria questões seguindo as diretrizes do Novo Ensino Médio (com partes específicas no exame conforme a escolha do estudante), além de uma redação.
As questões no Enem seriam divididas em duas etapas: a primeira interdisciplinar, igual e obrigatória para todos. Já a segunda, teria provas de quatro áreas em que o candidato iria selecionar uma delas:
– Linguagens, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas;
– Matemática, Ciências da Natureza e suas Tecnologias;
– Matemática, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; e
– Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
Atualmente, o exame é igual para todos os estudantes e cobra todas as áreas do conhecimento (ciências humanas; ciências da natureza; linguagens e matemática), além de uma redação.
(IG)