Era SAF: veja a análise de Bahia e Botafogo após as aquisições
Adversários nesta segunda-feira (24) pela 2ª rodada do Brasileirão Série A, Bahia e Botafogo se encontrarão em campo pela primeira vez desde que oficializaram o modelo de SAF nos clubes e se tornaram pioneiros, ao lado de Vaco e Cruzeiro, com este modelo de gestão e investimento dentro do futebol brasileiro. Com campanhas abaixo do esperado pelas suas torcidas neste começo de temporada, as equipes tentam retomar o bom futebol e mostrar resultados positivos ao lado dos novos parceiros.
Ao contrário do Bahia, que retornou à Série A em 2023 e vive sua temporada de estreia como SAF, o Botafogo vai para o segundo Campeonato Brasileiro sob o comando do empresário norte-americano John Textor, que assinou a compra do clube em março do ano passado. Mesmo com a disparidade no tempo de existência das SAF´s é possível comparar e analisar as gestões feitas em alguns aspectos, como número de contratações, valores gastos e o impacto dentro de campo. O CORREIO analisou os cenários e você confere abaixo.
Valores investidos e contratações
Quando se fala de SAF não há como não olhar para as cifras investidas pelos clubes, principalmente na primeira temporada de atuação do modelo de gestão. O Bahia, que neste ano precisou remontar praticamente todo o seu elenco, já assinou com 19 jogadores para a temporada e fez um investimento de aproximadamente R$ 86 milhões. As cifras colocam o tricolor como o terceiro clube que mais gastou na primeira janela de transferências de 2023, atrás e Flamengo (R$ 131 milhões) e Vasco (R$ 107 milhões)
O zagueiro Victor Hugo – que custou cerca de R$ 11 milhões – e o atacante Vinícius Mingotti – por empréstimo – foram as últimas contratações a chegar em Salvador antes do fechamento da janela.
Do lado alvinegro, para fazer uma comparação mais realista, é necessário olhar o ano de 2022, quando a SAF foi oficializada. O clube carioca também havia subido para a Série A naquele ano e remontava parte do elenco que disputou a Série B em 2021. O contrato com o empresário John Textor foi assinado em março, pouco antes do Campeonato Brasileiro. O resultado da parceria foi que o Botafogo foi o 4º time brasileiro que mais gastou com contratações no ano passado, e o 6º da América do Sul.
Os dados divulgados pela Fifa no Relatório Global de Transferências mostra que o Botafogo investiu R$ 80 milhões em 22 novas contratações ao longo do ano. Foram R$ 65 milhões na primeira janela e outros 15 milhões na segunda. O jogador mais caro foi o volante Patrick de Paula, que chegou do Palmeiras por R$ 33 milhões.
Outros nomes que chegaram em definitivo ao alvinegro foram Vitor Sá (R$ 13 milhões), Gustavo Sauer (R$ 10 milhões) e Tchê Tchê (R$ 5,5 milhões)
No tricolor, o lateral equatoriano Johanner Chávez lidera o ranking de gastos com R$ 18 milhões, seguido por Cauly, que custou R$ 13,5 milhões, e Ademir, R$ 13 milhões. Com a segunda janela de transferências pela frente no segundo semestre, é possível que o tricolor aumente o número de contratações e, quem sabe, chegue perto dos R$ 100 milhões em transferências. Vale ressaltar que o clube, por enquanto, não divulga como serão os futuros gastos.
Elenco do Bahia campeão baiano 2023 (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia)
Desempenho em campo
Para essa análise é preciso levar em consideração os cenários que os clubes estão envolvidos. Enquanto o Botafogo oficializou sua SAF no começo de março, pouco mais de um mês antes do Brasileirão, o Bahia já havia fechado com o Grupo City no fim do ano passado, tendo o período de pré-temporada, Campeonato Baiano e Copa do Nordeste para estruturar o elenco.
O Botafogo teve um começo de temporada complicado na Série A, terminando o primeiro turno com apenas 33% de aproveitamento, 24 pontos somados. A essa altura havia contratado pouco mais da metade dos seus reforços no ano. Com a chegada do restante do grupo, com nomes de peso no segundo semestre como Tiquinho Soares, Danilo Barbosa e Jeffinho, o clube melhorou de rendimento e fez uma campanha com 50% de aproveitamento na segunda metade. Terminou a Série A em 11º lugar com 53 pontos.
Já o Bahia teve boa parte do elenco à disposição neste começo do ano. Alguns nomes chegaram um pouco depois, como Cauly e Yago Felipe – constantes no time titular – mas, mesmo assim, o elenco oscilou bastante. A conquista do Baianão e os adversários batidos na Copa do Brasil trouxeram mais segurança ao time que fez uma péssima campanha na Copa do Nordeste. No regional, foram apenas nove pontos, o que indica 37% de aproveitamento e uma eliminação na primeira fase.
Em números totais, o Bahia tem 25 partidas como SAF e 56% de aproveitamento. O Botafogo soma, até agora, 67 partidas oficiais desde que se tornou SAF e um aproveitamento de 54%, o que mostra uma similaridade no desempenho das equipes, mesmo as diferentes realidades enfrentadas até aqui.
Único título do Botafogo como SAF foi a Taça Rio 2023 (Foto: Vítor Silva/Botafogo)
Histórico geral
Tricolores e alvinegros voltam a se encontrar após três anos do último confronto, que aconteceu em 2020. Em meio à pandemia de covid-19, Bahia e Botafogo precisaram adiar a partida que marcaria a estreia das equipes na Série A daquele ano. O jogo então só aconteceu após 12 rodadas do campeonato e, no Rio de Janeiro, foi vencido pelo Bahia por 2×1, com gols de Gilberto e Élber. Pedro Raul marcou pro Botafogo.
No histórico geral das duas equipes, o Bahia leva a vantagem no número de vitória. São 20 triunfos tricolores contra 15 dos cariocas, além de 17 empates. No recorte da Série A, são 40 jogos com 15 deles vencidos pelo Bahia, 12 para o Botafogo e 13 empates. No quesito de gols marcados, a diferença é mínima: 58 bolas na rede do lado do Esquadrão e 57 dos alvinegros.
Duelando na Fonte Nova, como o jogo desta segunda-feira, o Bahia também tem vantagem de ter vencido 50% dos jogos. 14 triunfos contra seis do Botafogo e oito empates. As informações são da plataforma oGol.