Rolê Afro vai criar roteiros focados na história da cultura negra em Salvador

Em mais uma ação voltada para a promoção do afroturismo em Salvador, a Prefeitura lançou o Rolê Afro – Conexões Black Money, em cerimônia realizada nesta quinta-feira (1⁰), no Cine Metha Glauber Rocha, no Centro. Além do lançamento, o evento marcou ainda a entrega do Selo da Diversidade, com a presença das 150 entidades participantes da iniciativa, e contou com as presenças do prefeito Bruno Reis, da vice-prefeita Ana Paula Matos, da titular da Semur, Ivete Sacramento, subsecretário de Cultura e Turismo, Érico Mendonça, Morgan Doyle, representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Brasil, dentre outras autoridades.

O Rolê Afro é uma parceria entre as secretarias de Cultura e Turismo (Secult) e da Reparação (Semur), e integra o Plano Afro, no âmbito do Prodetur Salvador, visando a criação de dez roteiros identificados, além de outros 30 pontos de visitação ligados à africanidade soteropolitana, com temas como gastronomia, estética, história, artes e empreendedorismo. A iniciativa terá o custo de quase R$1 milhão e dez meses para a conclusão das fases de identificação, mapeamento, confecção e distribuição dos roteiros para que os visitantes possam encontrar toda a cultura ancestral afro que a capital baiana proporciona.

“Através do Rolê Afro, oferecemos conteúdos para todo mundo que quer conhecer nossas origens. Esses roteiros servirão para apresentar nossa cidade de uma outra forma, e esse talvez deverá ser nosso principal diferencial”, pontuou o prefeito Bruno Reis.

O chefe do Executivo municipal ainda lembrou o esforço empreendido pela Prefeitura para capacitar e dotar todo o setor turístico soteropolitano, para competir em iguais condições nos cenários nacional e internacional. “Disputamos a primeira posição como destino turístico do Brasil, mas faltava algo fundamental, que era definir qual conceito, sobre de que forma a cidade quer se posicionar no Brasil e no mundo. Estamos construindo uma nova capital, através da influência da cultura africana e que se mostra no nosso patrimônio cultural, histórico, em nossa culinária e essência. A partir desse legado e história podemos gerar oportunidades de emprego e renda”, declarou.

A secretária Ivete Sacramento destacou que o Rolê Afro pretende capitalizar o potencial turístico de Salvador, a partir de roteiros de africanidade, propondo conexões para que essas visitações tenham maior visibilidade e mais capilaridade, potencializando ainda os agentes de turismo negros da capital baiana.

Para Érico Mendonça, a estratégia apresentada hoje é uma forma de inserir cada vez mais a população negra nas atividades do turismo em Salvador. “Trata-se de uma inserção econômica, para que essa população tenha ganhos efetivos por meio do turismo. A iniciativa acontece tanto na área econômica, gerando ganhos, como na cultura e na educação, pois são oferecidos diversos eventos de capacitação e mentorias, criação e divulgação de eventos relacionados à cultura de Salvador. Queremos mostrar que essa é uma cidade diferente, com maior número de negros fora da África, e queremos apresentar ao mundo todo esse potencial”, disse o subsecretário.

Morgan Doyle, representante no Brasil do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que também integra o grupo de entidades a receber o Selo da Diversidade, destacou a importância da parceria com a Prefeitura. “Uma palavra que resume bem este sentimento é satisfação, pois é um grande orgulho para nós integrar esse projeto visionário da Prefeitura, que coloca em destaque a herança africana da cidade, como centro de atenção no turismo, além de um palanque para a comunidade afrobaiana”.

Funcionamento – O Rolê Afro surgiu a partir de demandas antenadas a tendências de mercado, conectando negócios, instituições e atores da cena afro de Salvador que já atuam neste segmento. Os que já existem e forem aprovados pela comunidade serão melhorados, formatados para comercialização e beneficiados com material de divulgação e apresentação ao mercado. Os que serão criados, passarão pelos mesmos processos: validação com a comunidade, estruturação, formatação, comercialização nacional e internacional, material promocional, sinalização, capacitação e mentoria.

Cada ponto dos roteiros será trabalhado com consultoria especializada para o seu desenvolvimento, de modo a estimular a emoção e gerar a sensação de viver a Salvador naquilo que ela tem de mais singular. Esses roteiros, depois de desenvolvidos e formatados em todas as suas etapas e validado pelos atores locais – textos de apresentação, duração, capacidade, carga, além do cálculo dos valores agregados – serão apresentados ao trade turístico (nacional e internacional), com foco nas grandes operadoras, agências de receptivo e guias locais, através de famtours, ou outro formato decidido coletivamente.

A consultoria será responsável ainda por elaborar um diagnóstico das necessidades de pequenos reparos e intervenções nos pontos de visitação e roteiros selecionados, a fim de propiciar segurança e melhor experiência da visitação.

Selo da Diversidade – Outra iniciativa importante para o público afro da cidade A titular da Semur falou sobre a importância do Selo da Diversidade para reforço da identidade e combate ao preconceito na capital baiana. “Hoje temos aproximadamente 150 empresas participantes do Selo da Diversidade Étnico-Racial da cidade. Ele faz parte do Programa de Combate ao Racismo Institucional (PCRI), no seio das empresas. E, diferente de outros prêmios, trata-se de um programa de compromisso mútuo entre as empresas e a Prefeitura, trabalhando juntos para combater o racismo no seio das instituições, além de incluir pessoas negras no mercado de trabalho, e com possibilidades iguais de crescimento profissional”.

O Selo da Diversidade é dividido em duas categorias: Compromisso e Reconhecimento, onde é premiada a empresa que promove atividades para incluir os jovens negros.

Foto: Betto Jr.

SECOM