Prédio do antigo Cine Excelsior, no Centro Histórico, será revitalizado
O prédio do Cine Excelsior, na Praça da Sé, região do Centro Histórico da capital baiana, passará por obras de restauração e abrigará um centro de convenções com espaço para eventos e festas. O pontapé inicial para o início da intervenção foi dado nesta segunda-feira (19), após assinatura de um convênio entre a Prefeitura e a Arquidiocese de Salvador – a instituição religiosa é a proprietária do imóvel.
A solenidade foi realizada no Centro Cultural Palácio da Sé Dom Sebastião Monteiro da Vide, localizado ao lado do Cine Excelsior, e contou com a presença do prefeito Bruno Reis, do arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, cardeal D. Sergio da Rocha, do presidente do centro cultural D. Sebastião Monteiro da Vide e membro da diretoria da Congregação Mariana de São Luiz, cônego José Abel Pinheiro, além de autoridades religiosas e públicas. Embora não seja tombado, o prédio do Cine Excelsior está em um local conhecido como “circuito de tombamento”.
“Essa região possui diversas igrejas, mas faltava um equipamento para recepcionar convidados após um casamento, que ajude a receber exposições, feiras, congressos, apresentações artísticas e culturais do rico patrimônio que a Bahia tem. Esse novo espaço vai desenvolver atividades de estímulo ao turismo de negócios, a economia e desenvolvimento da cidade”, disse Bruno Reis.
O chefe do Executivo recordou ainda que a região vem passando por um longo processo de revitalização, a exemplo das recentes entregas do Palácio Arquiepiscopal e do Memorial das Baianas, além da recuperação, em andamento, do Museu da Misericórdia, entre outros locais. Os investimentos já somam mais de R$500 milhões.
O prefeito acrescentou que a recuperação do prédio do Cine Excelsior é a primeira parceria firmada através da Salvador Par. “Vamos elaborar projetos e executar a obra. Depois, vamos abrir a seleção para que o setor privado possa operar e equipar o equipamento de forma que se mantenha sozinho. A partir desta parceria vamos realizar um sonho da cidade que há muitos anos espera pela reabertura do Cine Excelsior, um dos últimos equipamentos deste corredor que faltava ser restaurado”.
Recuperação – Os recursos para as obras no local serão viabilizados via Parceria Público-Privada (PPP). A SalvadorPAR, empresa de economia mista que dá suporte ao Executivo Municipal na implementação de projetos que gerem transformação social, econômica e ambienta, vai coordenar os passos da restauração. O projeto para a revitalização do espaço está orçado em torno de R$ 20 milhões.
“Iniciar este projeto, que faz parte da história de Salvador através da revitalização do nosso parque histórico, pode ser um grande impulso da economia na cidade, através dos equipamentos já existentes. Isso sem contar com a ajuda da iniciativa privada, para entender esse ativo importante”, declarou o presidente da SalvadorPar, Marcos Lessa.
“Este passo que daremos é de uma importância singular, pois é um resgate da história do Centro Histórico de Salvador. É mais um presente que a Arquidiocese de São Salvador da Bahia, em parceria com a Prefeitura Municipal, vai oferecer à cidade. Em 2018 aconteceu a entrega do Palácio da Sé, após ser restaurado, e agora vamos ter mais um equipamento à serviço da comunidade”, afirmou o cônego José Abel Pinheiro.
História – Primeiro cinema católico da Bahia, o Cine Excelsior foi inaugurado em 17 de abril de 1935, ocupando o lugar do Cine São Jerônimo. Pertencente à Congregação Mariana de São Luiz, o espaço foi fundado pelo frei Hildebrando Kruthaupse e tinha como objetivo arrecadar recursos financeiros para a manutenção da ação evangelizadora dos franciscanos, em Salvador. Após inúmeras dificuldades financeiras, na década de 1980 o Cine Excelsior foi arrendado e, em seguida, fechado no fim desta mesma década.
Segundo o cardeal D. Sérgio da Rocha, a revitalização do equipamento é significativa para o chamado “Complexo da Sé”. “Tínhamos colocado na pauta a recuperação do prédio, mas nada seria possível sem parcerias como esta. Não é possível para nós, sozinhos, conservarmos um bem cultural tão grande somente com recursos próprios. Esse bem cultural e histórico ultrapassa o nível interior da Igreja, mas alcança toda a cidade”, declarou.
Foto: Lucas Moura
SECOM