Esporte

Argentina e Croácia decidem primeiro finalista da Copa do Catar

Cada seleção começa sua trajetória na Copa do Mundo com o mesmo sonho: alcançar a final e levantar a cobiçada taça. Nas duas últimas edições, a Argentina e a Croácia ficaram bem perto do objetivo, mas não conseguiram realizá-lo. Foram vice-campeãs em 2014 (para Alemanha) e em 2018 (para a França), respectivamente.

Agora, as duas seleções voltam a ter o troféu na mira. Mas só uma chegará à decisão – e, consequentemente, acabará com o sonho da outra. O duelo, pela primeira semifinal, será nesta terça-feira (13), às 16h, no estádio Lusail.

A partida, aliás, marcará o reencontro das duas equipes após quatro anos. Na Copa passada, na Rússia-2018, a Croácia venceu a Argentina por 3×0. O jogo foi válido pela fase de grupos, mas colocou os hermanos no caminho da França. A Albiceleste foi derrotada pelos Bleus nas oitavas, e deu adeus àquele Mundial.

A equipe xadrez também encontrou – e perdeu – dos franceses naquela edição, mas na final. O vice-campeonato marcou o melhor desempenho da história da Croácia em Copas, e Luka Modric foi eleito o melhor jogador do mundo naquele ano.

Quatro anos depois, mais um confronto entre croatas e argentinos. Curiosamente, há uma certeza: uma dessas seleções irá enfrentar a atual campeã, seja na final ou na decisão do terceiro lugar.

Bicampeões (1978 e 1986), os hermanos são os mais cotados a vencerem o duelo e irem em busca do tri. Mas o Brasil também tinha o favoritismo ante os croatas, e mesmo assim foi eliminado, nos pênaltis. Por isso, o técnico da Argentina, Lionel Scaloni, fez questão de elogiar os rivais.

“Esperamos um jogo muito difícil, contra um time que realmente pode ser chamado de time. Um grande time, um grande grupo e que vai nos tornar difíceis as coisas. As comparações com os Mundiais anteriores não fazem sentido, todos os jogos são diferentes. Será uma partida complicada”, disse, em entrevista coletiva.

“A Croácia sempre joga igual e não vai mudar agora. Não é nem ofensiva e nem defensiva: a Croácia joga bem. Esperamos um jogo muito complicado (…) Eles têm enormes jogadores, já causaram problemas para todos os rivais nesta Copa. E nós temos que ficar de olho e trabalhar em uma maneira de causar dano a eles. Procurar os defeitos deles, que aqui não vou dizer quais são. É em cima disso que trabalhamos”, completou Scaloni.

A semifinal desta terça-feira (13) marcará o terceiro encontro das seleções em Copa do Mundo. Antes de 2018, a Argentina encarou a Croácia (independente desde 1992 da ex-Iugoslávia) na França-1998. O duelo ocorreu na fase de grupos, pela terceira rodada. Os hermanos venceram por 1×0, gol de Mauricio Pineda, e avançaram na liderança do grupo H. Apesar da derrota, os croatas também conseguiram a classificação, no segundo lugar.

As duas equipes, porém, não chegaram à decisão naquele ano. A Argentina caiu nas quartas de final para a Holanda (2×1), enquanto a Croácia ficou com o terceiro lugar.

Para o confronto da vez, a Argentina terá à disposição De Paul e Di María, que lidaram com problemas musculares durante a Copa. Por outro lado, a equipe não terá os laterais Acuña e Montiel, suspensos. Com possíveis mudanças para enfrentar a Croácia, Lionel Scaloni garantiu: não mudará seu padrão de jogo.

“Nós temos uma maneira de jogar marcada. Claro, temos que pensar no rival, nas coisas que pode fazer bem. Falamos com os jogadores, como sempre, debatemos, compartilhamos as sensações que cada um tem. Mas nossa maneira de jogar vai ser sempre a mesma. E isso vamos fazer”, afirmou.

Croácia
A Croácia vive um momento de êxtase. Está bem perto de alcançar uma final pelo segundo Mundial seguido, e isso vem depois de eliminar o Brasil, uma das equipes favoritas ao título. Agora, os europeus querem repetir a façanha, contra a Argentina de Messi. Para isso, apostam em uma formação que vem fazendo sucesso no Catar.

“Luka (Modric), Marcelo (Brozovic) e Mateo (Kovacic) é o melhor meio-campo croata que tivemos. Não sei quando isso acontecerá novamente. Tocar a bola para eles é mais seguro do que colocar dinheiro no banco”, disse, confiante, o lateral-direito Josip Juranovic.

Para chegar à decisão mais uma vez, a Croácia terá que superar um fator importante: o cansaço. Foram duas prorrogações seguidas, com 240 minutos jogados em quase uma semana. Afinal, antes do Brasil, a equipe xadrez já havia superado o Japão também nos pênaltis, pelas oitavas. Mas Zlatko Dalic, técnico da Croácia, minimizou o problema, e garantiu que sua equipe está acostumada a jogar assim.

“Sim, tem sido cansativo chegar à prorrogação em duas partidas, estamos esgotados, mas estamos na semifinal da Copa e seguimos fortes com força, energia e entusiasmados, assim que estamos. Vamos dar tudo como temos feito em todas partidas anteriores. Temos conseguido nos recuperar depois das partidas e contra a Argentina será o mesmo. Não termos problemas de lesões no time titular, todos estão em forma, descansando, e não tem cansaço”, falou.

Em sete Copas disputadas, a Croácia chega a três semifinais. Desde 1998, quando a equipe xadrez estreou em Mundiais, apenas a França e a Alemanha estiveram mais vezes nessa etapa. Os croatas foram terceiro lugar na primeira campanha, vice em 2018 e agora, contra a Argentina, lutam para alcançar outra final.

Dalic não economizou nos elogios à rival – e, principalmente, à liderança de Messi. Aliás, falou que sua equipe precisa ‘desfrutar’ de jogar a partida contra a rival.

“É algo incrível conseguir chegar à semifinal em duas Copas do Mundo de forma consecutiva, mas queremos ir mais adiante. Agora enfrentaremos a Argentina, um timaço liderado por Lionel Messi. É um jogador muito efetivo, o time joga de maneira compacta, uma seleção extraordinária e equilibrada. Tem suas próprias armas e sabemos que querem dar tudo. Para ambas as seleções será uma partida crucial. Para a Argentina sei que é uma pressão grande, tem um grande número aqui de torcedores. Vamos jogar a semifinal amanhã contra uma das grandes equipes do mundo e vamos desfrutar disso”.

Se a Argentina tem Messi, a Croácia vê em Luka Modric seu principal jogador, mesmo aos 37 anos. É ele o responsável por reger o ritmo da equipe, mesmo sem ter participação direta em gols. Será mais uma vez titular da Croácia, que deve repetir o time que iniciou o jogo contra o Brasil. O zagueiro Josko Gvardiol, que chegou a ser dúvida, treinou normalmente na última segunda-feira (12).

Correio

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