Audiência pública discute avanços para criação do Parque Marinho da Cidade Baixa
A criação do Parque Marinho da Cidade Baixa, em Salvador, deu mais um passo com a realização de uma audiência pública, nesta quarta-feira (16) entre a Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resiliência (Secis), o Instituto Federal Baiano (Ifba) e o Grupo de Trabalho (GT) que realiza os estudos. Na oportunidade, foram discutidos os pontos principais para avançar nos trâmites relacionados ao novo espaço de conservação ambiental, na Baía de Todos-os-Santos.
O local escolhido é a praia da Boa Viagem, que sofre os efeitos da poluição ambiental, do esgotamento de seus recursos pesqueiros e degradação do seu entorno, principalmente, devido a métodos predatórios. Na região, há uma significativa diversidade de espécies marinhas tais como peixes, crustáceos, moluscos, cavalos marinhos e esponjas, um ecossistema natural de grande relevância extremamente sensível às ações humanas.
Segundo a titular da Secis, Marcelle Moraes, a implantação de Unidades de Conservação Marinhas é uma das estratégias de maior sucesso para manutenção da qualidade ambiental. “Esse é mais um passo da capital baiana para avançar em políticas ambientais, nesse caso, relacionado ao patrimônio subaquático. Vamos beneficiar a conservação marinha, movimentar um turismo segmentado voltado para o mergulho e pesquisa, fortalecer a economia, além de incentivar que cada banhista, seja munícipe ou turista, possa desenvolver o senso crítico e diferenciado sobre a importância do ecossistema”.
“Como será um Parque Municipal e o Ifba se propôs a fazer o estudo, é uma ajuda para o município. É importante deixar essa mensagem que Salvador está evoluindo, este é o segundo Parque Marinho e a audiência pública serviu para mostrar o que está sendo proposto”, ressaltou o diretor do Sistema de Áreas de Valor Ambiental e Cultural (Savam), João Resch.
Representando a Capitania dos Portos, o comandante Giovani Andrade afirmou que o apoio de todos é fundamental para salvaguardar a vida humana no mar e a preservação ambiental, evitando a poluição hídrica. “A manutenção da preservação de um acervo museológico oceânico é importante, mantendo a cultura e conscientizando as pessoas sobre a preservação, para que as gerações futuras possam seguir esse exemplo”.
Proposta – A implantação de Parques Marinhos Municipais se torna essencial pois, diferentemente das Áreas de Proteção Ambiental, os Parques são unidades de conservação (UC) que estão na classe de “Proteção Integral”, seguindo a legislação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Esta classe de unidade de conservação permite e estimula apenas o uso indireto dos recursos naturais, isto é, aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição.
Com a ação será intensificada a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.
(Agência Brasil)
Foto: Otávio Santos/Secom