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Grupo City promete aportar R$ 1 bilhão em SAF do Bahia

Os termos da proposta do Grupo City para a compra do Bahia finalmente foram revelados, depois de quase um ano de negociações. Na noite desta sexta-feira (23), a diretoria tricolor apresentou aos conselheiros a oferta realizada pelo fundo árabe. O encontro aconteceu no museu do clube, na Fonte Nova.

De acordo com a proposta, o Grupo City promete aportar R$ 1 bilhão por 90% da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) que será constituída pelo Esquadrão. O dinheiro será dividido para três finalidades: compra de jogadores, responsável por metade do valor; pagamento de dívidas; e outros, o que inclui investimento em infraestrutura, categorias de base e capital de giro. A divisão prevista em contrato está assim:

R$ 500 milhões para a compra de jogadores;
R$ 300 milhões para o pagamento de dívidas;
R$ 200 milhões para infraestrutura, categorias de base, capital de giro, entre outros.

O prazo para que o valor seja investido é de 15 anos. No entanto, a expectativa é de que a maior parte seja feita nos primeiros cinco anos. Além disso, há a obrigação contratual de que o fundo estrangeiro deve manter folha salarial de R$ 120 milhões por ano ou 60% da receita bruta da SAF (excetuando transferências de jogadores), o que for maior.

Tomando como referência o ano de 2021, último em que o Bahia disputou a Série A do Brasileirão, quando a folha salarial do clube era em torno de R$ 6 milhões/mês, o montante proposto com a SAF representa um aumento de cerca de 50%.

Em relação às dívidas atuais que o clube possui, elas serão liquidadas, e a própria SAF ficará encarregada de negociar com credores. Vale lembrar que o acordo firmado com o Banco Opportunity prevê que, em caso de constituição de SAF, o Bahia tem a obrigação de pagar de uma só vez o valor do débito (R$ 35 milhões).

No contrato, está prevista também a possibilidade que o investidor (Grupo City) compre mais 5% do Bahia, chegando a 95%, por R$ 1 bilhão. Apesar da redução na participação, a associação não perderá os direitos que foram estabelecidos inicialmente.

Um outro ponto que foi estabelecido é de que a associação tem a prioridade na recompra das ações da SAF.

Identidade mantida
Ponto de preocupação entre alguns torcedores, a identidade do Bahia será preservada. O acordo prevê que os símbolos, como cores, hino, brasão, apelidos, ficarão sob a responsabilidade da associação. Mudanças só serão realizadas mediante decisão dos sócios.

Além disso, como a marca do Bahia permanecerá tendo a associação como dona, a SAF pagará R$ 2,5 milhões de royalties anuais pelo uso. O Grupo City também continuará executando programas realizados atualmente pelo Bahia, como o plano de sócios Bermuda e Camiseta, o projeto Dignidade aos Ídolos e a comercialização de uniformes populares.

Em relação à administração, com a venda para o fundo, o Grupo City passará a comandar o futebol masculino, o feminino e as categorias de base. O projeto estipula que a SAF será gerida por um Conselho de Administração formado por seis representantes. Cinco deles indicados pelo City e um pela associação (Bahia).

Diretor executivo e responsável por gerenciar os clubes do Grupo City, o espanhol Ferran Soriano participou da reunião. Ele falou apenas com os conselheiros. Após a primeira parte do encontro, que foi restrita apenas ao Conselho, o clube fez transmissão ao vivo e o presidente Guilherme Bellintani falou sobre a negociação ao longo de um ano.

“Jamais colocamos como ponto central o valor investido. A gente sempre dizia que não estávamos atrás de um cheque. Para nós, se o parceiro for bom, temos mais interesse nisso do que em um parceiro que não tenha segurança e faça uma oferta financeiramente maior”.

Próximos passos
Apesar da apresentação, a reunião com o Conselho Deliberativo foi informal para que a diretoria executiva pudesse elencar os principais pontos da oferta. A partir de agora o órgão analisará o documento (são mais de 500 páginas) para emitir um parecer. O Conselho Fiscal também terá acesso.

Após esse processo, o Conselho Deliberativo convocará a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) na qual os sócios votarão pela venda ou não do clube.

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