Tecnologia

Usuários acusam Twitter de apoiar fake news no Brasil

A hashtag “#TwitterApoiaFakeNews” está entre os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil, nesta quarta-feira (5). A presença do termo em publicações na rede social foi a forma encontrada pelos usuários para chamar a atenção em relação à ausência de uma ferramenta contra a propagação de desinformação na versão nacional da plataforma.

Já utilizada nos Estados Unidos, Austrália e Coreia do Sul, a função estreou em agosto passado, com foco inicial em denunciar publicações que tenham informações falsas relacionadas à pandemia do novo coronavírus. Na versão norte-americana do microblog, o recurso ajudou no encerramento da conta da deputada Marjorie Taylor Greene, por exemplo.

Denunciada diversas vezes por disseminar fake news sobre a vacina contra covid-19 e o uso de máscaras para reduzir a circulação do Sars-CoV-2, além de propagar discurso de ódio, a congressista foi suspensa do Twitter quatro vezes. Mesmo assim, Greene continuou a violar as políticas da plataforma e acabou tendo a conta removida definitivamente.

Na época da estreia da função que permite denunciar notícias falsas no Twitter, a rede social afirmou que a sinalização de tweets com desinformação seria testada nos três países durante alguns meses. Dependendo do resultado do experimento, a ferramenta poderia ser liberada em todo o mundo, mas até o momento não há nenhuma novidade sobre isso.

Verificação de perfis que publicam desinformação

Além da ausência do recurso de denunciar tweets com notícias falsas, outra reclamação presente nas postagens relacionadas ao termo “TwitterApoiaFakeNews” é a verificação de contas usadas para publicar informações enganosas no serviço. Um dos exemplos citados pelos usuários foi a concessão do selo azul ao perfil da blogueira Bárbara Destefani.

Ela é dona de uma conta apontada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal(STF) Alexandre de Moraes como parte do mecanismo de divulgação de notícias falsas contra instituições. Destefani também teve seu canal no YouTube incluído entre os proibidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de receber pagamentos, por disseminar fake news.

Ao jornal O Globo, o professor do Departamento de Estudos de Mídia da Universidade da Virgínia (EUA) David Nemer criticou a diferença de tratamento dado pelo Twitter em relação às fake news no país e a verificação aos perfis. Para ele, isso soa como uma validação ao discurso dessas contas, mesmo a rede social afirmando o contrário.

(Tecmundo)

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