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Aneurisma cerebral pode ser tratado

Intérprete do Louro José no programa matinal apresentado por Ana Maria Braga, o ator Tom Veiga foi encontrado morto, no último domingo (1º), em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico, provocado por um aneurisma. A condição – que ocorre em 1 a 6% das pessoas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) – é responsável por uma das demandas mais frequentes do serviço de neurocirurgia do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), em Salvador. Mas, apesar de acometer muitos pacientes, a maioria dos aneurismas cerebrais não causam sintomas.

Os aneurismas cerebrais, conforme define a SBN, são lesões caracterizadas por dilatações na parede das artérias intracranianas. Costumam surgir entre os 35 e os 60 anos, sendo raros em crianças, embora também possam ocorrer nessa faixa de idade. São mais comuns em mulheres e, ao contrário do que se acreditava anteriormente, as pessoas não nascem com o aneurisma. Ele irá se desenvolver em algum momento da vida dos indivíduos.

Segundo o coordenador do serviço de neurocirurgia do HGRS, Leonardo Avellar, é importante que seja feita uma avaliação precisa de cada caso de aneurisma cerebral para que se possa encontrar a melhor estratégia de tratamento para a doença: “precisamos deixar claro, antes de tudo, que não há motivo para pânico. Se o paciente tem um aneurisma não-roto, ou seja, um aneurisma que nunca sangrou, ele deve procurar um neurocirurgião competente para, juntos, decidirem os próximos passos. Em muitos casos, não há necessidade de tratamento. No [Hospital] Roberto Santos, por exemplo, dificilmente, tratamos um aneurisma não-roto, pois não oferece risco iminente de morte ao doente”.

O neurocirurgião lembra que, por ser referência em neurocirurgia na Bahia, o HGRS absorve uma demanda alta de pacientes com aneurisma cerebral roto. “É provável, inclusive, que o Hospital Roberto Santos seja um dos hospitais que mais operam aneurismas cerebrais no Brasil, atualmente. No entanto, existem tipos de aneurismas que podem ser bem tratados com a neurorradiologia intervencionista”, explica.

Um dos desafios dos médicos especialistas é identificar, entre os pacientes que possuem aneurismas assintomáticos, os indivíduos que têm maior chance de desenvolver a ruptura do aneurisma com consequente hemorragia cerebral. “Nós realizamos a investigação completa a fim de definir a conduta. Levamos em consideração fatores como tamanho, localização e formato do aneurisma, além do quadro clínico do paciente e histórico familiar”, detalha Avellar.

Após a ruptura inicial, os aneurismas cerebrais devem ser tratados para evitar uma nova hemorragia, que é ainda mais grave do que o quadro inicial, com mortalidade estimada em cerca de 80%. A SBN calcula que aproximadamente 15% dos pacientes vão a óbito antes mesmo de receberem cuidados médicos e cerca de 4 em cada 7 pacientes desenvolverão algum tipo de disfunção neurológica.

HGRS

Responsável por 85% das demandas de neurocirurgia da Bahia, o Hospital Geral Roberto Santos realiza cerca de cem neurocirurgias ao mês. Mesmo com a pandemia, o serviço manteve o alto volume e, somente em 2020 – até o mês de outubro, realizou 83 cirurgias para aneurismas cerebrais.

Ascom HGRS

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