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Câmara lança Frente em Defesa da Petrobras

O encerramento das operações da Petrobras na Bahia vai causar inflexão na economia do estado. Em Salvador, o Edifício Torre Pituba está sendo desativado, repercutindo na transferência dos empregados da empresa para outras cidades, além de impactar no comércio da região. Todo este processo envolvendo a estatal foi debatido na Câmara, na manhã desta terça-feira (29), no Plenário Cosme da Farias, na sessão especial de lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobras.

De acordo com o vereador Moisés Rocha (PT), presidente do novo colegiado, a Frente em Defesa da Petrobras da Câmara é suprapartidária e vai atuar em conjunto com as frentes da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia e do Congresso Nacional.

Conforme o vereador, a luta em defesa da estatal petrolífera não deve ficar limitada à categoria e dentro dos sindicatos. “Defender a Petrobras é papel de toda a sociedade, não apenas dos petroleiros”, afirmou Moisés Rocha.

Sobre os impactos na economia baiana, ele observou que serão imensos por causa da ruptura da cadeia produtiva envolvendo a extração e o refino de petróleo. Já os impactos em Salvador em decorrência da desativação do Edifício Torre Pituba, o vereador disse que serão sentidos pelos comerciantes da região.

União

O presidente da Câmara, vereador Geraldo Júnior (SD), conduziu os trabalhos durante o pronunciamento de Moisés Rocha. O chefe do Legislativo destacou a atuação de Moisés para a Casa ter uma frente em defesa da estatal. “A causa é das mais justas e precisa da união de todos. A Petrobras patrimônio do povo brasileiro”, disse.

“Independente de bandeira partidária, precisamos nos unir em defesa da Petrobras, com todos os parlamentares e o povo”, frisou o vereador Henrique Carballal (PV), integrante do novo colegiado. Ainda em seu pronunciamento, disse que o governador Rui Costa e o prefeito ACM Neto têm que estar na linha de frente da luta pela permanência da estatal em terras baianas.

Integrantes da Frente em Defesa da Petrobras, os vereadores Sílvio Humberto (PSB), Marta Rodrigues (PT), Orlando Palhinha (DEM) e Luiz Carlos Suíca (PT) também defenderam a união de todos para assegurar a permanência das operações da empresa na Bahia.

Segundo Jairo Batista, coordenador do Sindipetro/BA, 4 mil empregados concursados vão ser transferidos para São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro e outros 14 mil trabalhadores terceirizados vão perder o emprego. “O momento é muito difícil, não só no prédio administrativo da Petrobras, na Pituba, como também nos demais setores da empresa”, disse.

Conforme a economista Ana Georgina, Supervisora Técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos na Bahia (Dieese-BA), 20% da arrecadação de ICMS no estado vem da Petrobras. Ela destacou que existe uma cadeia produtiva que precisa da empresa, dos produtos que saem da Refinaria Landulpho Alves de Mataripe.

Na avaliação da economista, o polo petroquímico de Camaçari vai ser impactado com a saída Petrobras da Bahia e com a venda da estatal. Georgina lembrou que além da produção de petróleo e seus derivados, a Petrobras cumpre um papel social investindo em cultura e esportes.

Também participaram da sessão e fizeram parte da mesa de trabalho os deputados estaduais Hilton Coelho (PSOL) e Rosemberg Pinto (PT); o presidente da CUT-BA, Cedro Silva; Timóteo Gomes, do Movimento das Barragens; e David Bacelar, da Federação Única dos Petroleiros.

Câmara Municipal de Salvador

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