Vereadoras repudiam agressão a estudante
As vereadoras Marta Rodrigues (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Democracia e Ireuda Silva (PRB), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice-presidente da Comissão de Reparação, repudiaram a agressão sofrida por um aluno da Unilab, na quarta-feira (17), por seguranças da Estação Rodoviária de Salvador.
Marta disse que o colegiado está à disposição para acompanhar o caso junto com o estudante. Segundo ela, é fundamental que as terceirizadas prestadoras de serviço para o estado e o município tenham formação em direitos humanos, a fim de que o racismo seja combatido e casos como este não se repitam.
“Nos vídeos publicados pelo estudante, fica nítido o absurdo do ocorrido, mais um caso de racismo. Para além do afastamento dos profissionais, é preciso que a empresa terceirizada seja ouvida. Precisamos cobrar formação em direitos humanos das empresas que prestam serviço para que o racismo seja combatido”, declarou a vereadora.
Para Ireuda, que é autora de projetos de indicações que propõe o endurecimento das penas para racismo e injúria racial, a punição precisa ser severa. Ela diz que a empresa e os seguranças devem ser punidos por seus atos, e não apenas ‘afastados’ “para daqui a uma semana estarem de volta aos seus postos, como se nada tivesse acontecido” a vereadora provoca: “Será que isso teria acontecido se o rapaz fosse um homem branco? Ele foi chamado de vagabundo mesmo depois de dizer que é universitário. O acontecido mostra como a sociedade enxerga o negro e sua presença em determinados espaços”.
Racismo
O estudante, que ia para São Francisco do Conde, postou a agressão em suas redes sociais. Ele contou ter sido abordado pelos profissionais com a ordem de se retirar do local. “Estamos num momento no país que casos de racismo tem sido cada vez mais frequente, com um presidente que propaga discurso de ódio e de classe. Não podemos de jeito nenhum deixar passar, principalmente na Roma Negra que é Salvador”, aponta Marta.
Ireuda ressalta que esse é mais um entre os inúmeros casos que acontecem todos os dias na cidade, “por isso não se pode ser tolerante ou omisso. As penas não podem ser brandas”, acrescenta.