Facebook quer banir nacionalismo branco e outros discursos de ódio
Uma atualização na Auditoria de Direitos Civis do Facebook proibe, a partir de hoje (1º), mensagens que elogiem, apoiem ou representem os movimentos nacionalistas brancos e separatistas. Em nota divulgada pela rede social, a nova diretriz afirma que as postagens devem ser excluídas, mesmo que os termos exatos não sejam empregados, o que significa que slogans e símbolos ligados aos movimentos também serão verificados.
Atualmente, a rede social está desenvolvendo um programa de teste no Estados Unidos para o monitoramento dessas situações. Neste programa, o foco dos revisores de conteúdo passa de pontos comuns como “intimidação, nudez e deturpação” para conteúdos com discursos de ódio. O Facebook espera que esse programa melhore o senso de decisão dos revisores em relação à qual tipo de conteúdo deve ser efetivamente removido.
Segundo a empresa, as diretrizes também foram revistas para evitar que a rede social seja usada como um instrumento de organização de eventos que “intimidam ou assediam pessoas com base em sua raça, religião ou outras partes de sua identidade”. O envio de mensagens que incentivem outras pessoas a levarem armas para alguns eventos também será proibido.
Período eleitoral
Outro assunto que entrou na pauta da atualização foi a influência das redes sociais durante as eleições presidenciais de 2016. O Facebook se envolveu em uma polêmica, quando permitiu que 87 milhões de usuários tivessem seus perfis usados pelo ex-professor da Universidade de Cambridge, Aleksandr Kogan, que vendeu os dados para consultoria britânica Cambridge Analytica. Tais informações foram usadas pela campanha de Donald Trump rumo à Casa Branca.
O acesso irregular supostamente ajudou a empresa a traçar perfis psicológicos dos membros, auxiliando a equipe do atual presidente dos Estados Unidos a identificar os lugares onde precisava reforçar a campanha presidencial. Além disso, a empresa também postou anúncios pró-Trump em sites como o Facebook e o YouTube, enquanto publicava anúncios depreciativos de Hillary Clinton.
Por esse episódio, o Facebook deve ser multado em até US$ 5 bilhões pela Federal Trade Commission (FTC), agência responsável pela proteção ao consumidor nos EUA. Além disso, também existe uma suspeita de que agentes russos tenham utilizado a rede social para influenciar cidadãos americanos a não votarem.
Por isso o Facebook está trabalhando para extinguir anúncios que possam influenciar usuários, inclusive aqueles que incentivam as pessoas a não votarem, e esperam ter uma nova diretriz antes das eleições para governadores deste ano, e também esperam evitar interferências durante o censo de 2020, uma importante ferramenta que tem peso direto na distribuição de recursos federais entre os estados e municípios do País.