Colabore vai garantir inclusão social a partir de projetos de impacto
Salvador dá mais um passo inovador para tentar reduzir a desigualdade social ainda existe na cidade, ao oferecer um espaço compartilhado para o desenvolvimento de projetos na área. O Centro Municipal de Inovação Colabore foi inaugurado pela Prefeitura nesta sexta-feira (10), no Parque da Cidade, no Itaigara.
Na ocasião, o prefeito ACM Neto, empreendedores e autoridades visitaram as instalações do primeiro coworking público para microempresas, microempreendedores individuais (MEIs), startups e pessoas que possuam soluções de impacto social para a cidade, mas que também contribuam para atingir os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
“O Colabore é um espaço destinado a permitir que vocações sejam despertadas e estimuladas. Temos o objetivo de ajudar, estimular e colaborar com projetos de empreendedorismo social, que são importantes para nossa cidade e que muitas vezes surgem na sociedade, da capacidade intelectual de pessoas que não teriam condições de alugar um escritório para desenvolver grandes projetos, que não tenha um grande financiamento por trás daquela ação”, disse ACM Neto.
“A partir de agora, essas pessoas terão um espaço comum de trabalho, onde serão desenvolvidas ações importantes para o futuro de Salvador, que possam, inclusive, resultar em soluções que signifiquem o aperfeiçoamento de serviços públicos. A parceria com o Sebrae, por meio do SebraeLab, é importante devido à experiência deste parceiro no estímulo ao empreendedorismo a partir do pequeno empresário. Vamos conciliar tudo isso com a visão do social, que é o objetivo principal deste espaço”, acrescentou o prefeito.
Resiliência – O Colabore faz parte da Estratégia de Resiliência de Salvador e é mais uma entrega do eixo Cidade Sustentável do programa Salvador 360. Com investimento de R$ 1,4 milhão e iniciativa coordenada pela Secretaria de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis), o Colabore será operado em parceria com o Sebrae e o Parque Social.
Ainda este mês, um edital será lançado para selecionar startups, microempresas, microempreendedores individuais (MEIs) e pessoas físicas que possuem ideias de projetos sustentáveis na capital baiana e desejam atuar no local. A seleção vai levar em conta o alinhamento da proposta com os ODS, que orientam as políticas nacionais e as atividades de cooperação internacional.
Para Carlos Melles, presidente do Sebrae nacional, o Colabore é um grande exemplo de política de inclusão. “O Colabore é o espaço de inclusão social mais moderno que um país pode ter. Isso espelha a qualidade e o alcance da gestão do prefeito ACM Neto. Certamente, os estados copiarão esse modelo, que vai buscar no cidadão inquieto, cheio de ideias e sonhos, para que possam por para fora sua capacidade intelectual”.
Estrutura – A estrutura do Colabore é formada por 16 contêineres marítimos antigos que foram reaproveitados e distribuídos em uma área de 2.700m² no Parque da Cidade, próximo ao estacionamento. A proposta do local é ser um ambiente de trabalho compartilhado, favorável à criação e à interação entre a comunidade empreendedora.
Os usuários terão acesso a escritórios compartilhados, auditório e salas de reunião. Para além dos benefícios da infraestrutura oferecida, os coworkings possibilitarão a convivência com profissionais de diversas áreas, a ampliação da rede de contatos entre empresas e a economia com a redução ou eliminação dos custos de manutenção de sedes próprias.
Os 16 contêineres, que certamente iriam virar lixo, foram distribuídos em oito módulos. Dois deles são reservados para coworkings, com 26 estações de trabalho que permitem a realização de cursos de capacitação na área de inovação e empreendedorismo social de forma periódica, promovendo a aceleração do ecossistema de inovação de Salvador.
Mais 20 estações foram instaladas em outros dois módulos, onde funcionará a
incubadora de negócios sociais In Pacto, uma parceria com o Parque Social. Os negócios apoiados pela iniciativa receberão, de forma gratuita, todo o suporte técnico, operacional, gerencial e estratégico necessários para se desenvolverem, além de estrutura física para a realização de atividades.
Serão oferecidas também metodologias com capacitações coletivas e atividades em grupo, assim como atendimentos individualizados, incluindo consultoria, mentoria e assessoria. Já estão previstas assessorias nas áreas de design, comunicação, marketing, jurídico e contábil; e mentorias que consistem no acompanhamento, a partir do terceiro mês de apoio, com profissionais especialistas em empreendedorismo, impacto social e na área-fim de cada projeto.
As consultorias abrem e fecham o ciclo de cada empresa e permite a avaliação do nível de evolução após o processo. Outros cinco contêineres abrigarão o atendimento do SebraeLab, realizado em parceria com o Sebrae. A intenção é fomentar a geração de novos modelos de negócio, atraindo empresas e startups com capacidade de desenvolver ideias inovadoras de impacto.
Sustentável – Além da estrutura construída a partir de contêineres reutilizados, o Colabore possui diversas outras iniciativas e tecnologias sustentáveis. No espaço, são encontrados cobertura vegetal, aproveitamento da ventilação cruzada, sistema de captação e uso de água das chuvas, painéis solares fotovoltaicos para a geração de energia, tratamento e reutilização de esgoto, pavimento permeável, sistema inteligente de gestão da refrigeração e barreira acústica natural, além de bicicletário para estimular a mobilidade ativa.
Confira abaixo elementos sustentáveis presentes na estrutura:
Energia solar – Há um sistema de energia solar composto por 12 painéis solares fotovoltaicos que geram em média 520 kW/mês e evitam a emissão de aproximadamente 3 toneladas de CO 2 por ano.
Cobertura vegetal – 270m² de teto verde funcionam como isolante térmico nas
coberturas das edificações, o que reduz em até 5°C a temperatura no interior da construção e proporciona um maior convívio do público com o verde.
Sistema de reaproveitamento de água das chuvas – A água de chuva que cai nos contêineres é captada para irrigação do teto verde. A água de condensação do sistema de ar condicionado também é captada para esse fim.
Ventilação cruzada – Visando a redução do consumo energético, o prédio foi projetado para aproveitar ao máximo a ventilação cruzada dos espaços. Isso permite trocas constantes do ar, renovando-o e reduzindo a temperatura interna.
Iluminação natural – O Colabore também foi pensado para aproveitar ao máximo a iluminação natural e reduzir o consumo de energia. Para isso, espaços integrados de trabalho foram projetados, divisórias de vidro instaladas e nenhuma película foi usada nas janelas.
Bicicletário – O uso de bicicletas reduz a emissão de gases poluentes na atmosfera e melhora a saúde física e mental das pessoas. Por isso, há um local apropriado para os usuários deixarem as próprias bicicletas, incentivando assim a mobilidade ativa.
Barreira acústica natural – Por se localizar em uma área de preservação da Mata Atlântica, a vegetação no entorno do Colabore funciona como barreira acústica natural, ajudando no amortecimento de ruídos e na redução da temperatura interna do ambiente.
Piso permeável – Foram aplicados 300 m² de piso drenante, 100% permeável,
contribuindo para a diminuição do escoamento superficial, pois permite a infiltração da água no solo.
Tratamento e reutilização – Todo o resíduo líquido (efluente) produzido no prédio é tratado com utilização de bactérias, por meio de processos anaeróbios e aeróbios de tratamento biológico, permitindo que o efluente tratado seja utilizado novamente para irrigação de áreas verdes ou em outras aplicações que não necessitem de água potável.
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SECOM