Satélite para monitorar a Amazônia entra na fase final de testes
Observar o planeta Terra e monitorar as florestas brasileiras por meio de câmeras de alta resolução. Essa será a missão do satélite sino-brasileiro Cbers-4A, que está na fase final de testes no laboratório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP). O embarque do sexto satélite para a China, de onde será lançado, será em maio. A previsão é que o novo Cbers esteja em órbita até o fim do ano.
A construção do equipamento começou há quatro anos e custou cerca de R$ 190 milhões, sendo metade custeado pelo Brasil. O programa Cbers existe desde 1998.
No espaço, o foco do Cbers-4A será a Amazônia. “A parceria com a China é importante porque você divide os custos, já que um equipamento como esse é extremamente caro. É fundamental o monitoramento da Amazônia, porque você terá um instrumento à mais para avaliar periodicamente as dimensões do desmatamento”, avaliou o coordenador do programa, Antônio Carlos de Oliveira.
O satélite vai dar 14 voltas por dia em torno do planeta, segundo o Inpe. A atual fase de testes é a considerada a mais importante, porque no espaço é impossível submeter o satélite a manutenção.
Além dos testes dos sistemas, também são verificadas as baterias que são iguais às de aparelhos celulares, só que muito maiores em tamanho e capacidade.
Atraso
O Cbers- 4A já deveria estar no espaço desde o ano passado – o prazo inicial era dezembro de 2018. Mas a redução dos repasses ao Inpe acabou adiando o lançamento.
O equipamento deve substituir o Cbers 4, lançado em 2014 e que ainda em órbita, mas com vida útil de três anos esgotada. Apesar disso, segue operando.
O coordenador do projeto diz que isso não gerou prejuízos ao programa. “Se nós considerarmos que o ‘4A’ será um satélite para substituir o 4, que está em órbita e está operando normalmente, não houve nenhum impacto, afirma Antônio.
Viagem para a China
Duzentos cientistas trabalharam nesse projeto. Os testes ainda devem durar mais duas semanas. Depois, o satélite será parcialmente desmontado e fará uma viagem de 16 mil quilômetros até China, ir ao espaço, até o fim de 2019.
O responsável pelo desenho do satélite, o chinês Lei Yung, todo projeto se resume em quatro palavras, ditas em inglês. “One dream. One team”. Em português: “Um sonho. Um time”. Esse é o lema do Cbers 4-A, que deverá operar por, pelo menos, cinco anos.(G1)