Vera Cruz: O lixo em nossas praias um crime ambiental

Em um trabalho de monitoramento realizado pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP), em parceria com o Instituto Socioambiental dos Plásticos (Plastivida), uma associação que reúne entidades e empresas do setor, constatou-se que mais de 95% do lixo encontrado nas praias brasileiras é composto por itens feitos de plástico, como garrafas, copos descartáveis, canudos, cotonetes, embalagens de sorvete e redes de pesca.

Este é justamente o tipo de lixo despejado diariamente nas praias da Ilha de Itaparica que há muito representa não somente um enorme problema ambiental, mas também atinge de maneira exponencial a economia local.

Com toda certeza esta é uma das principais razões pela qual a maior ilha marítima do Brasil deixa de receber turistas e veranistas ano após ano.

O degradante estado em que se encontra toda a nossa orla, tanto na costa quanto na sua contracosta, é o resultado da gestão inadequada do lixo urbano e das atividades econômicas (indústria, comércio e serviços), portuárias e de turismo.

A população também tem parte da responsabilidade pelo problema, devido principalmente à destinação incorreta de seus resíduos que, muitas vezes, são lançados deliberadamente na rua e nos rios, gerando a chamada poluição difusa.

Os prejuízos decorrentes de tamanho desmando ambiental afetam todas as atividades econômicas, desde o setor do comércio, passando pelo setor turístico, imobiliário, da navegação e das atividades pesqueiras, dentre tantos outros, o que acarreta uma substancial diminuição na arrecadação dos impostos municipais.

Portanto, como forma de zelar pelo nosso ecossistema, pelo respeito às nossas crianças que não merecem brincar no meio do lixo, e pela nossa dignidade como cidadãos, urge que as prefeituras, tanto de Vera Cruz quanto a de Itaparica, acordem de uma vez por todas e lancem ações efetivas de limpeza constante de nossas outrora belas praias.

Porém, senhores do poder público, não adianta fazer o serviço pela metade, como constatamos, por exemplo, nas praias de Vera Cruz, onde funcionários da prefeitura simplesmente ajuntam bolsões de lixo nas próprias praias à espera das carroças acopladas em tratores para fazerem a devida coleta.

Acontece que a demora em coletar os tais bolsões é tão grande que a própria maré se encarrega de lançar todo o lixo recolhido de novo nas areias das nossas praias tão castigadas pelas inconsequentes ações do bicho-homem.(Itaparica Ecológica)