Preconceito ainda é maior obstáculo para o combate à Aids
Apesar de Salvador ter uma rede de cuidados que é referência no país para o diagnóstico e tratamento contra HIV/Aids, a exclusão social e o preconceito sofridos pelos portadores do vírus ainda são um grande obstáculo. Quatro anos após a descoberta da sorologia, o ator Rozin Daltro, 29 anos, revelou que encontrou inspiração junto à equipe do Serviço de Atendimento Especializado (SAE) Marymar Novais, na Cidade Baixa, para enfrentar o medo da patologia.
“Fui fazer um check-up para fazer uma cirurgia e o médico aproveitou para pedir o exame de HIV. Nunca tinha pensado nessa possibilidade de ser portador do vírus. Achava que as pessoas que me relacionava estariam isentas de qualquer tipo de Infecções Sexualmente Transmissíveis. Meu chão caiu quando descobri que era soropositivo e o apoio que encontrei dos profissionais do SAE não me faz sentir em nenhum momento uma pessoa doente ou predestinada a definhar e a morrer” revelou o artista.
Rozin é um dos 4.800 novos pacientes diagnosticados com HIV em Salvador nos últimos sete anos. Os soropositivos têm acesso ao tratamento integral em três Serviços de Assistência Especializada: Liberdade, São Francisco (Nazaré) e Marymar Novaes (Dendezeiros). Nessas unidades, os pacientes são acompanhados por equipes multidisciplinares formadas por médicos infectologistas, psicólogos, enfermeiros especializados e assistentes sociais, além de receber de forma gratuita todos os medicamentos necessários para o tratamento.
A estruturação da assistência deflagrada pela atua gestão resultou na redução de 13% no número de óbitos por aids em Salvador em quatro anos. Em dezembro de 2012, a taxa de mortalidade pela doença era de 9 por 100 mil habitantes residentes na cidade. Já em 2017, a taxa caiu para 7,8 óbitos, uma queda de 13% no período.
“Conseguimos praticamente quadriplicar nossa rede de postos estruturados para testagem do HIV de 33, em 2012, para quase 120 postos de saúde espalhados por toda cidade com a oferta do exame atualmente. O fácil acesso ao diagnóstico garante um melhor resultado do tratamento e, consequentemente, aumenta a qualidade de sobrevida do portador”, explicou Helena Lima, coordenadora do Programa de Controle de DST/Aids do município.
Durante o mês de dezembro, a Secretaria Municipal da Saúde intensificará as ações para incentivo ao diagnóstico precoce da doença que acomete mais de 718 mil pessoas em todo país.
Programação do Dezembro Vermelho
04 de dezembro (Terça-feira) – 1° Seminário Municipal de HIV e Aids na UNIJORGE – Av. Tancredo Neves (08h às 12h)
07 de dezembro (Sexta-feira) – IV Seminário PositHIVamente no Centro Cultural da Câmara dos Vereadores (09h às 17h)
15 de dezembro (Domingo) – Testagem para HIV, Sifilis e Hepatite C na Arena Fonte Nova (Setor Vip das 09h às 13h)
ASCOM