Vera Cruz: Vila de Matarandiba não corre riscos, diz laudo
Um laudo produzido pela Agência Nacional de Mineração (ANM) concluiu que a Vila de Matarandiba, que fica cerca de 1,5 quilômetro da cratera que se abriu no município de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, Região Metropolitana de Salvador (RMS), não corre riscos.
A preocupação dos moradores era que a vila pudesse ser “engolida” pelo buraco de 83,5 metros de comprimento, 34,4 metros de largura e 41,2 metros de profundidade que abriu no local no mês de junho deste ano. Eles também temem que novos buracos fossem abertos no local.
A possibilidade, no entanto, foi descartada pelo laudo da ANM, que deverá ser divulgado na próxima semana à imprensa. Nesta segunda-feira (19), ele será apresentado às comunidade local. O biólogo fiscalizador da ANM, Paulo Magno, explicou que o estudo ainda está em andamento, mas que uma pré-avaliação já foi realizada.
“A gente ainda precisa aprofundar mais os estudos sobre os buracos que foram abertos pela empresa Dow Química por volta dos anos 1970 e 1990. Precisamos de mais estudos sobre essa perfurações, mas a vila não corre riscos”, contou Magno.
Local onde cratera se abriu é ilhota ao lado da Ilha de Itaparica
(Imagem: Google Maps)
Ainda de acordo com ele, imagens de satélite e cinco geofones estão sendo utilizados na avaliação do local, que está sendo realizada com uma equipe de diversas entidades. “Estamos fazendo uma avaliação milimétrica. Qualquer movimento na terra é acusado”, disse.
Quanto às dimensões da cratera, Magno explicou que a parte superficial – a boca do buraco – é menor do que o fundo. “A tendência, então, é aumentar até igualar com o fundo. Nas últimas semanas não houve aumento, mas a tendência é que aumente, iguale com o fundo e fique estável”, contou.
Relembre o caso
A cratera que se abriu na Vila de Matarndiba, em Vera Cruz, foi descoberta no mês de junho por dois caçadores. Na madrugada do dia 3 de junho, o cachorro que os acompanhava ‘travou’ na hora de avançar sobre o local onde havia o buraco. A dupla, então, decidiu voltar no dia seguinte: fopi quando descobriram o buraco, cujo nome oficial é sinkhole (em tradução livre, ‘buraco que afunda’).
Desde que foi descoberto, o buraco já aumentou de tamanho. Ele fica numa área de exploração da empresa Dow Química, que faz extração de sal em Matarandiba há cerca de 40 anos.
A empresa, junto com pesquisadores da Ufba, de órgãos especializados e do Ministério Público apuram as causas da abertura da cratera. Imagens de satélite auxiliam na investigação.
(Correio)