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Estudantes com deficiência relatam no MP dificuldades em rede de ensino superior

Pessoas com deficiência que estudam em instituições de ensino superior da Bahia participaram na tarde de ontem, dia 9, de evento promovido pela Rede Baiana de Inclusão Educacional no Ensino Superior, cujo objetivo foi ouvir os alunos sobre as dificuldades e boas práticas encontradas nas unidades e, principalmente, de consultá-los sobre formas de representação deles nas reuniões deliberativas da Rede.

Chamado de ‘Escuta Sensível’, o evento foi realizado na sede do Ministério Público estadual no bairro de Nazaré, em Salvador. O MP é uma das 12 instituições que integram a Rede, representada pela promotora de Justiça Cíntia Guanaes, vice-presidente da entidade. Segundo a presidente da Rede, Railda Freitas, a consulta torna possível “saber o desejo dos estudantes de como eles querem se representar”. Ela explicou que a proposta da Rede é reservar dois assentos para representantes eleitos pela própria comunidade de estudantes com deficiência.

A promotora de Justiça Cíntia Guanaes, do Grupo de Atuação Especial de Defesa da Educação (Geduc), informou que, durante o evento, houve uma indicação de um nome para fazer a representação e vão ser aguardadas mais indicações via e-mail de quem não pode comparecer, para depois os nomes serem apreciados pelo colegiado da Rede. “O MP tem uma função que é maior do que a atuação criminal. Para além disso, tem o dever de garantir os direitos”, afirmou aos presentes sobre o papel da Instituição. Ela lamentou a ausência de um censo da população discente com deficiência no ensino superior do estado. “Estamos tomando providências para fazer o mapeamento dos alunos com deficiência na rede de ensino superior. A invisibilidade deles na rede é tamanha que não tem como puxar no sistema”, disse.

Durante a ‘Escuta Sensível’, estudantes com deficiência fizeram relatos e observações sobre experiências positivas e negativas que passaram ou passam nas Instituições de Ensino Superior (IES). A estudante de mestrado da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) Cristina Reis, que tem baixa visão, foi a primeira a tomar a palavra. Ela relatou suas dificuldades de acessar conteúdos na universidade. “Uma das grandes barreiras para nós é o acesso ao conhecimento. Para fazer minha pesquisa, encontrar materiais e textos digitais é o maior obstáculo. Preciso oficiar editores e autores para ter acesso a livros digitais adaptados. Não há bibliotecas acessíveis”, afirmou a estudante, que pesquisa as dificuldades de professores com deficiência no ensino superior. Os depoimentos dos estudantes foram registrados em relatório.

A Rede decorre de um termo de cooperação técnica assinado em novembro do ano passado pelo MP e instituições de ensino superior, entre elas a Universidade Federal da Bahia (Ufba), a Uneb, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Instituto Federal Baiano, Faculdade Montessoriano e Faculdade Social da Bahia.

Cecom/MP

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