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Salvador celebra independência do Brasil duas vezes no ano

Salvador é uma cidade brasileira que celebra a Intendência do Brasil em duas datas. Primeiro, no Sete de Setembro, na parada militar que relembra o momento em que o príncipe regente Dom Pedro I clamou pela liberdade da nação , declarando o país livre da condição de colônia. E a segunda comemoração no Dois de Julho, que celebra o momento em que baianos se uniram e expulsaram as tropas portuguesas da cidade em 1823.

Neste ano, as comemorações pelo Sete de Setembro começam às 9h, com o início do desfile, do Largo do Campo Grande até a Praça Castro Alves. A Guarda Civil Municipal de Salvador (GCM) participa com homens a pé e montados a cavalo, logo após a Polícia Civil. Participam também do desfile as fanfarras das escolas municipais Helena Magalhães, Teodoro Sampaio, Fazenda Coutos e da Palestina, dando um show de diversidade musical pelas ruas do Centro.

O Sete de Setembro se diferencia por ter como protagonista no desfile as Forças Armadas. Organizando pelo Comando do 2º Distrito Naval da Marinha, o evento, que marca os 196 anos de independência da nação, reúne militares de diversos grupamentos. Na ocasião, é possível apreciar os uniformes e parte do armamento usado pelas Forças Armadas brasileiras. A parada militar recebe apoio da Prefeitura, por intermédio da Fundação Gregório de Mattos (FGM).

Ligação íntima – Cada momento possui sua relevância para a capital baiana, mas de forma arrebatadora e irreverente, o Dois de Julho consegue ter uma ligação mais íntima com os baianos por, originalmente, ser um movimento de luta popular e ainda manter a tradição, comemorado em formato de desfile cívico. Este é o conceito alegado pelo historiador Jaime Nascimento, membro do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB).

No desfile do Dois de Julho, por exemplo, estão presentes grupos de samba junino, fanfarras, manifestantes e cidadãos fantasiados de personalidades que marcaram a história da Bahia, como a vendedora ambulante Raimunda Anunciação, de 53 anos e que há 37 participa da festa fantasiada de Maria Quitéria.

O professor explicou que mais do que conter fatos controversos, o processo histórico que levou o país à independência foi fruto de uma luta travada por cidadãos durante anos com muito afinco. “Não sei do lado de lá [outras regiões do país], mas aqui na Bahia houve resistência e várias mortes, porque o processo aqui começa antes e termina depois do Sete de Setembro”, pontuou o professor.

Embora o professor enfatizou que na Bahia as datas tenham pesos diferentes, ele explica que as celebrações não são eventos antagônicos. “Eles se unem porque a ideia de comemorar a independência. No caso Dois de Julho, tem o foco local, foi aqui que se quebrou as amarras dessa independência, mesmo o Sete de Setembro tendo um aspecto nacional”, frisou.

“As pessoas reconhecem a importância do Sete de Setembro, mas o Dois de Julho é outra coisa, as pessoas são tomadas de outra forma porque foi o povo que travou a luta. Não havia Exército, foram os cidadãos que lutaram. Por isso o Dois de Julho é o povo: é do pessoal do Recôncavo, dos índios de Itaparica, dos ancorados do Pedrão, dos Periquitos do avó de Castro Alves… É de Maria Quitéria, que se passa de homem para lutar e tantos outros. Foram essas pessoas que fizeram a Independência do Brasil na Bahia e, por isso, as pessoas fazem questão de participar do cortejo”, acrescentou.

SECOM

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