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“Não podemos nos calar quando a violência atinge uma de nós!”

O dia 7 de agosto de 2006 entrou para história do Brasil quando foi sancionada a Lei n.º 11.340, após uma incessante luta da farmacêutica Maria da Penha, que ficou paraplégica após anos de agressões do marido. Hoje, passados 12 anos, é importante reconhecer que a aprovação da lei representa um avanço, mas ainda é insuficiente para conter os agressores.

As estatísticas mostram o quanto é assustador o cenário da violência física contra mulher no Brasil. De acordo com o Instituto Maria da Penha, a cada 7.2 segundos uma mulher é agredida. Só em 2015, a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Ligue 180) registrou mais de 750 mil denúncias. Esta é uma realidade dura, mas que precisa ser enfrentada!

A violência física não acontece da noite para o dia. Ela apresenta os primeiros sintomas na agressão verbal, no empurrão, no puxão de cabelo, no ciúme doentio, entre outras formas. Aqui na Bahia, desde que foi criada, há três anos, a Ronda Maria da Penha realizou mais de 9 mil fiscalizações de Medidas Protetivas. São mulheres que não se calaram, que denunciaram!

Na semana passada, o País assistiu perplexo as cenas de agressão sofridas pela advogada Tatiane Spitzner, brutalmente assassinada pelo marido. O Brasil perdeu Tatianes, Marias, Joanas, guerreiras que tiveram a vida e os sonhos interrompidos. O ódio contra mulher é um crime hediondo e ele atende pelo nome de Feminicídio. A nossa luta não pode parar! Temos que seguir lutando pela nossa autonomia e pelo fortalecimento das políticas públicas de enfrentamento à violência. O caminho será longo, mas a velocidade do passo seremos nós que diremos.

Maria Quitéria |Candidata a deputada federal pelo Avante/BA

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