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Acidente Vascular Cerebral – AVC

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das maiores causas de morte e incapacidade adquirida em todo o mundo. Estatísticas brasileiras indicam que o AVC é a causa mais frequente de óbito na população adulta (10% dos óbitos) e consiste no diagnóstico de 10% das internações hospitalares públicas. O Brasil apresenta a quarta taxa de mortalidade por AVC entre os países da América Latina e Caribe.

Os AVCs são classificados como hemorrágico ou isquêmico, sendo este último o mais frequente, representando em torno de 85% dos casos. Aterosclerose de pequenas e grandes artérias cerebrais é responsável pela maioria dos AVCs, seja hemorrágico ou isquêmico. Cerca de 20% dos AVCs são devidos a êmbolos cardiogênicos, mais comumente associados à fibrilação atrial intermitente. No entanto, cerca de 30% dos AVCs permanecem idiopáticos após extensa investigação etiológica. Clinicamente, tanto o AVC hemorrágico quanto o isquêmico são caracterizados pelo aparecimento súbito de deficits neurológicos característicos, de acordo com a região cerebral envolvida que, por sua vez, dependerá da circulação afetada. A circulação mais comumente afetada (80% dos casos) é a anterior ou carotídea.

O AVC é uma doença tempo-dependente, ou seja, quanto mais rápido o tratamento, maior a chance de recuperação completa. Sendo assim, torna-se primordial a identificação dos sinais de alerta, para reconhecimento de ocorrência de um AVC. Dentre os principais sinais de alerta tem-se: fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão, alteração da fala ou compreensão; alteração na visão (em um ou ambos os olhos); alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar; dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente. Em caso de reconhecimento destes sintomas, deve-se ligar imediatamente para o Serviço de Atendimento Médico de Urgência-SAMU 192.

ACESSO E REGULAÇÃO
O AVC sempre é uma emergência médica e todo o paciente deve ser atendido no hospital, mesmo que os sintomas sejam transitórios (Ataque isquêmico transitório – AIT). O principal objetivo do atendimento pré-hospitalar é direcionar o paciente para o hospital o mais rápido possível, priorizando os pacientes potenciais candidatos à terapia trombolítica. O atendimento pré-hospitalar compreendem, os Centros de Saúde, UPA 24h, Serviços 24 horas de Urgência (não referenciados para AVC) e SAMU 192.

O SAMU 192 será o responsável pela triagem dos pacientes com suspeita de AVC, devendo priorizá-los e direcioná-los, após contato, e no menor tempo possível, ao hospital de referência mais adequado e habilitado em Centro de Atendimento de Urgência Tipo I, Tipo II ou Tipo III aos Pacientes com AVC, sem a necessidade de passar por outro método de triagem ou regulação. Se o atendimento inicial do paciente com AVC for realizado em unidade hospitalar não referenciada ou Unidade de Pronto Atendimento ou Unidade Básica de Saúde, o SAMU 192 será acionado para efetuar o transporte para uma unidade de referência (Linha de Cuidados em Acidente Vascular Cerebral (AVC)).

Nos casos de AVC isquêmico agudo com indicação para realização da trombólise, devem ser encaminhados aos hospitais habilitados como Centro de Atendimento de Urgência aos Pacientes com Acidente Vascular Cerebral Tipo I, II ou III, conforme os critérios de inclusão e exclusão estabelecidos no PCDT Trombólise no Acidente Vascular Cerebral Isquêmico Agudo (Portaria GM/MS nº 664/2012 – PCDT Trombólise AVC isquêmico agudo).

PREVENÇÃO
As ações para a prevenção do Acidente Vascular Cerebral caracterizam-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção de hábitos saudáveis, a prevenção de agravos relacionados às doenças cardiovasculares, objetivando a proteção da saúde.

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de AVC deve ser suspeitado sempre que o paciente apresentar início súbito de déficit focal, com ou sem alteração do nível de consciência. Principais sinais de alerta: Perda súbita de força ou formigamento de um lado do corpo – face e/ou membro superior e/ou membro inferior; Dificuldade súbita de falar ou compreender; Perda visual súbita em um ou ambos os olhos; Súbita tontura, perda de equilíbrio e ou de coordenação; Dor de cabeça súbita, intensa sem causa aparente.

A presença de fatores de risco para doenças vasculares deve sempre ser investigada (sendo a Hipertensão Arterial Sistêmica o fator de risco mais importante para as lesões isquêmicas e hemorrágicas).
Tomografia computadorizada de crânio é o método de imagem mais utilizado para a avaliação inicial do AVC isquêmico agudo, demonstrando sinais precoces de isquemia.

Os procedimentos com finalidade diagnóstica em neurologia estão contemplados no Sistema Único de Saúde – SUS, bem como as suas compatibilidades, e podem ser consultados na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses/Próteses e Materiais Especiais (SIGTAP ).

TRATAMENTO E REABILITAÇÃO
Com a publicação da Portaria GM/MS nº 665, de 12 de abril de 2012 (Portaria GM/MS nº 665/2012), o Ministério da Saúde lançou um conjunto de medidas para ampliar a assistência no Sistema Único de Saúde (SUS) aos pacientes acometidos pelo Acidente Vascular Cerebral (AVC), onde estão previstas as habilitações como Centro de Atendimento de Urgência aos Pacientes com AVC Tipo I, II ou III, além da inclusão do procedimento “Tratamento de acidente vascular cerebral isquêmico agudo com uso de trombolítico – Código 03.03.04.030-0”, na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPM) do Sistema Único de Saúde – SUS (SIGTAP – procedimento trombolítico) .

Ainda na mesma data, também foi publicada a Portaria GM/MS nº 664, que aprovou o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Trombólise no Acidente Vascular Cerebral Isquêmico Agudo (Portaria GM/MS nº 664/2012 – PCDT Trombólise AVC isquêmico agudo).

Posteriormente, em 17 de junho de 2015, com o objetivo de ampliar o acesso à Linha de Cuidado ao AVC na Rede de Urgência e Emergência (RUE) e adequar as características dos Centros de Atendimento de Urgência aos Pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC), foi publicada a Portaria GM/MS nº 800 (Portaria GM/MS nº 800/2015).

Serão habilitados como Centros de Atendimento de Urgência os estabelecimentos hospitalares que desempenham o papel de referência para atendimento aos pacientes com AVC, que disponibilizam e realizam o procedimento com o uso de trombolítico, conforme Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) específico, e que cumpram os requisitos previstos nas Portarias supracitadas.

Atualmente são 51 estabelecimentos habilitados como Centros de Atendimento de Urgência aos Pacientes com AVC, sendo 07 Centros Tipo I com código 16.15, 05 Centros Tipo II com código 16.16 e 39 Centros Tipo III com código 16.17 e podem ser consultados no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES).

(portalms.saude.gov.br)

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