Prefeitura estuda novos espaços para ampliar a pipoca no Carnaval
O prefeito ACM Neto anunciou, nesta Quarta-Feira de Cinzas (14), que será realizado um estudo pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) sobre ocupação de novos espaços públicos para o Carnaval. Essa preocupação, de acordo com o prefeito, vem exatamente da nova realidade observada na folia deste ano, que registrou um número maior de pessoas nas ruas a partir do fortalecimento das atrações sem cordas. Uma das possibilidades estudadas é do da criação de novos espaços, disse ACM Neto, em coletiva de balanço realizada na manhã de hoje (14), no Campo Grande.
“Queremos avaliar, nesse estudo, quais os movimentos futuros para o Carnaval de Salvador. No passado, tínhamos apenas o circuito do Centro, depois foi dividido também para a Barra, que, posteriormente, passou a concentrar grande parte dos foliões. Agora, no entanto, voltamos a observar um equilíbrio entre os dois locais por conta do estímulo aos desfiles sem cordas. Isso não quer dizer que os resultados desse estudo sejam implementados num curto prazo, mas precisamos levar em conta essa nova realidade com o crescimento da pipoca”, observou ACM Neto.
Nesse ano, cerca de 1,8 milhão de pessoas curtiram a pipoca diariamente no Carnaval, com destaque para o domingo, a segunda e a terça-feiras no Circuito Osmar (Centro), que passou, ao longo dos últimos anos, por um esvaziamento em decorrência da preferência de grande parte dos blocos comerciais pelo Circuito Dodô (Barra-Ondina). “Certamente, a pipoca é o destaque principal deste Carnaval. Esse não é um movimento contra ninguém; é um movimento a favor da vontade das pessoas. Esse movimento é, inclusive, um elemento de comemoração do que foi planejado para este ano”, destacou o prefeito.
Próximos Carnavais – Entre os pontos positivos desta festa, que serão aperfeiçoados para os próximos anos, destaque para o Carnaval Náutico, que poderá ganhar mais um dia. Neste ano, a festa realizada no mar da Baía de Todos-os-Santos ocorreu apenas no domingo, e a ideia, segundo o prefeito, é estender também para o sábado de Carnaval, reforçando uma estratégia turística voltada àqueles que desejam experiências diferenciadas da folia, potencializando novos espaços pela cidade, fora dos circuitos oficiais.
Entre outros ajustes que devem ser realizados para a festa do próximo ano está o esquema de serviços planejados para o Pipoco, um dos eventos de pré-Carnaval realizados na Barra – ao lado do Furdunço e do Fuzuê, movimentos já consolidados. O prefeito destacou que havia uma estimativa de público abaixo do que foi registrado na festa realizada na terça-feira, antes da abertura oficial do Carnaval, e, por esse motivo, será necessário planejar uma nova formatação dos serviços públicos para o evento.
Números – Foram, no total, quase 1,2 mil horas de música e muitas novidades, como o primeiro Carnaval Náutico, que aconteceu na Baía de Todos-os-Santos, com um público de 1,5 mil pessoas e 150 embarcações. O projeto Pôr do Sol, na Praça Castro Alves, que esse ano aconteceu durante três dias, com shows gratuitos em cima do trio de nomes como Moraes Moreira, Baby do Brasil e Armandinho, mobilizou 50 mil foliões por dia.
Quando o assunto é economia, o Carnaval de Salvador foi outro sucesso. Cerca de R$1,7 bilhão foram movimentados na cidade, que recebeu quase 800 mil turistas. A rede hoteleira bateu recordes de ocupação, o que é um indicativo importante do êxito econômico da folia. A média de ocupação chegou a 93%, segundo estimativa da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (FeBHA). O melhor dia de aluguel de leitos foi registrado entre o último domingo e a segunda-feira, quando a taxa alcançou 96%. Foi a melhor ocupação entre todas as capitais do Brasil.
Durante o período carnavalesco, os turistas nacionais chegam a desembolsar cerca de R$ 4,9 mil, enquanto que os baianos costumam gastar cerca de R$ 1,7 mil e os estrangeiros, R$ 3,5 mil. Estes dados são baseados em pesquisa de análise de perfil dos turistas, realizada pela Prefeitura. Pelo aeroporto, chegaram quase 77 mil turistas, contra aproximadamente 71 mil da folia do ano passado (entre 8 e 13 de fevereiro). Pelo porto foram 32 mil. E, pela rodoviária, a estimativa é de 82 mil passageiros, contra 78 mil de 2017.
Clima de paz – Outro dado importante é a redução da violência na festa. Os módulos assistenciais à saúde montados pela Prefeitura nos circuitos do Carnaval contabilizaram 4.953 atendimentos, número 3,5% menor que a folia momesca do ano passado. A redução dos casos de violência foi um dos principais motivos da queda significativa das ocorrências registradas durante toda a festa. Esse clima de paz é confirmado pelos números da Guarda Civil Municipal. Foram contabilizados 477 atendimentos, o que representou uma redução de 45,6% em relação ao ano passado.
SECOM