Israel ordena partida de imigrantes ilegais africanos
Autoridades israelenses começaram a distribuir neste domingo (4) cartas a milhares de imigrantes africanos ilegais, ordenando-lhes que deixem o país até o final de março sob pena de prisão, de acordo com um porta-voz do serviço de Imigração.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou no início de janeiro o estabelecimento de um plano para a partida de cerca de 38 mil imigrantes ilegais, principalmente eritreus e sudaneses.
De acordo com este plano polêmico, o governo propõe que os imigrantes deixem “voluntariamente” o país com US$ 3,5 mil até o final de março sob pena de detenção.
Por enquanto, as cartas foram dirigidas apenas aos homens solteiros.
O ministério do Interior assegurou que os menores de idade, mulheres e pais de menores não serão afetados pelo plano do governo. De acordo com números da Autoridade da Emigração do Ministério do Interior, 4.000 crianças também estão em situação irregular, além de 38 mil adultos.
O jornal israelense Haaretz afirmou que “qualquer pessoa reconhecida como vítima de tráfico de seres humanos ou escravidão” também estaria isenta, estimando que entre 15 mil a 20 mil são afetados por uma partida de curto prazo.
A maioria dos imigrantes visados entrou ilegalmente em Israel através do Sinai egípcio a partir de 2007. Este fluxo foi interrompido com a construção pelo Estado hebraico de uma cerca elétrica ao longo da fronteira com o Egito.
O primeiro-ministro não especificou para que país essas pessoas poderiam ser expulsas, sabendo que Israel reconhece tacitamente que não podem ser devolvidas ao Sudão ou à Eritreia sem colocar em risco suas vidas.
Uganda e Ruanda foram citados por organizações israelenses de apoio aos imigrantes, mas ambos os países negaram.
Segundo dados oficiais, 4.012 migrantes irregulares já deixaram Israel em 2017, incluindo 3.332 originários da África subsaariana.
De acordo com a Organização de Assistência aos Refugiados e Solicitantes de Asilo em Israel, sete eritreus receberam asilo, de um total de 10.000 candidatos desse país, e um sudanês, de um número de requerentes não especificado.(G1)