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Bem que o Direito poderia ser para todos

O país dos Direitos iguais para todos é chamado de Brasil e mesmo assim, nesta nação, frequentemente nos deparamos com situações de arrepiar e com atos mirabolantes que ocorrem em pleno desrespeito a nossa constituição. E nessa mistura de acontecimentos, lembramos a forma em que o Carnaval de Salvador é feito e a forma em que políticos, empresários e outros de colarinho branco são tratados. Enquanto uma outra parte da sociedade não é beneficiada com os mesmos Direitos garantidos em lei e pena em busca da tão sonhada justiça.

A intenção não é apenas fazer críticas ao sistema, mas sim lembrar que é preciso mudança de rumo em nosso país e tudo poderia ser como um simples “Carnaval” que mais uma vez deu certo e com isso, a prefeitura de Salvador e o governo do estado da Bahia comemoram os resultados e já falam em melhorias para 2019. Dizem lá fora que esse é o país do Carnaval, mas eu não acho. Em 2018, o que se viu durante a festa foi a colocação de práticas bem elaboradas para impulsionar a participação popular na maior festa do planeta.

E agora que a folia acabou é só voltar a viver a nossa realidade dos assaltos nos pontos de ônibus, da falta do transporte regular e do tráfico de drogas na porta das escolas. Nesse país chamado Brasil, os privilegiados têm Direito a escolas caríssimas, seguranças e motoristas particulares, além de alimentação saudável. Na outra ponta dessa mesma sociedade, estão aqueles que penam nas filas dos postos de saúde, aqueles que não tem uma casa digna para morar e nem alimentação de qualidade para, pelo menos, ser servida três vezes ao dia.

E esta terra dos Direitos iguais penaliza uma mulher no oitavo mês de gravidez, Jéssica Monteiro de 24 anos, presa com o marido Oziel Gomes da Silva de 48 ao portar 90 gramas de maconha, em São Paulo. Por causa do trabalho de parto, ela foi transferida para um hospital onde a criança nasceu. Mas ao invés de ir para casa ao receber alta da unidade de saúde, a nova mamãe voltou para a delegacia e depois foi transferida para uma penitenciária feminina na capital paulista, por ordem de um juiz.

Imaginando a situação desta mulher, lembrei do caso do ex-governador do Rio de janeiro, Sergio Cabral, preso nas operações da Polícia Federal: Lava Jato e Calicute. E dando suporte a essa lembrança, me deparo com decisões judiciais e entra em cena dona Adriana Ancelmo, mulher de Cabral e, claro, ex-primeira-dama do Rio. Essa componente da alta sociedade brasileira e até internacional também foi presa, mas teve Direito a prisão domiciliar por um motivo esplêndido: ter filhos menores para criar.

Diante desses fatos entendo que o nosso país pode realmente ser a terra do Carnaval, local onde tudo funciona bem. Enquanto na Bahia já estamos preparando a festa do próximo ano e assim incentivando a economia local e consequentemente o crescimento do seu povo. Em outras partes desse mesmo Brasil, a violência invade escolas, ruas, casas e até condomínios de luxo. Falcatruas, roubos, extorsões, desvio de verbas públicas e decisões duvidosas ganham corpo e geralmente atingem os mais fracos. E se o empenho de todos que comandam a nação for igualzinho ao dos organizadores do Carnaval em todo o Brasil, esse país muda tão rápido como o passo de uma nova dança.

Por Noel Tavares,

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