A briga é pelo poder e não pelo povo
Por Noel Tavares
O país vive um momento raro com tentativas de acertos em cima de muitos erros e da espetacularização dos acontecimentos. Na próxima quarta-feira, 24, acontece o julgamento do ex-presidente Lula, em Porto Alegre. Enquanto isso, em Brasília, o presidente Temer tenta de todas as formas empossar a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) no cargo de ministra do Trabalho. Esses acontecimentos tomam a atenção das pessoas e, de alguma forma, mobilizam o país e interferem no cotidiano da nossa gente.
Gente essa que clama por moralidade, porém parte dessa mesma gente suborna na fila do banco ou dos postos para o recadastramento biométrico que é outra vergonha nesta nação chamada de Brasil. Em Salvador, só na sede do TRE na avenida Paralela, são cerda de cinco mil pessoas atendidas por dia e o prazo final para o processo é 31 de janeiro de 2018. Essa situação traz estresse para o cidadão que pretende não dever nada a Justiça Eleitoral. A situação também atinge os funcionários do órgão que atuam em uma longa jornada de trabalho.
O curioso é que em todos os lugares em que o processo da biometria passou, sobrou para o eleitor que deixou o trabalho, a aula, a casa e outros afazeres para investir o seu tempo na atualização dos seus dados com a Justiça Eleitoral. E o processo da vida é muito interessante porque quem fizer esse sacrifício vai poder votar nas eleições deste ano. E foi através do voto popular que Lula chegou ao poder. Hoje, acusado de receber propina da empresa OAS vai ser julgado esta semana e um verdadeiro aparato já foi montado. Teve até gente dizendo que haverá sangue jorrando se Lula for condenado.
A deputada Cristiane Brasil Também foi colocada no poder através do desejo popular. Filha de Roberto Jefferson, envolvido com as denúncias do Mensalão, a parlamentar quer de qualquer forma ocupar o cargo de Ministra o que contraria o princípio da moralidade da nossa constituição. Ao não cumprir a lei e não por ironia do destino, Cristiane foi condenada pela própria justiça trabalhista por causa de uma ação impetrada por um ex-funcionário dela.
Essas e outras tentativas de suposta moralidade fazem com que o nosso povo seja vítima de chacotas lá fora e ainda leva o nosso país ao descrédito. Ora, se todos os acusados de malefícios ao país forem realmente culpados, eles têm que pagar pela miséria que promoveram a nação. Essa deputada, deveria ter vergonha de se mostrar interessada no cargo de ministra e o povo que enfrenta diversos desafios diariamente, deveria analisar melhor os candidatos na hora de votar.
*Noel Tavares é um radialista graduado em Secretariado Executivo e em Jornalismo e também é pós-graduado em Jornalismo Cultural.