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Quem pode perder mais empregos para os robôs: homens ou mulheres?

Garçons virtuais, caixas self-service e maestros robóticos: gostemos ou não, automação, inteligência artificial e robótica estão aqui para ficar. Mas esses avanços tecnológicos em fábricas, escritórios e afins afetarão igualmente a vida de homens e mulheres?

Apesar dos benefícios da automatização no ambiente de trabalho ainda serem motivo de muito debate por causa da perda de postos de homens e mulheres para máquinas, é inegável que mais robôs e mais inteligência artifical resultam em mais empregos nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática – um grupo conhecido pela abreviatura (em inglês) Stem.

Nos EUA, lar de algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo, o crescimento da automatização poderá gerar meio milhão de empregos nos próximos dez anos.

Mas como são os prospectos mais pessimistas? Eles não são nada animadores para meninas e mulheres.

De acordo com um estudo do Fórum Econômico Mundial em 12 economias avançadas, para cada 20 empregos perdidos para a automatização, homens trabalhando em Stem verão cinco novos empregos; mulheres, apenas uma vaga. Isso leva em conta as atuais taxas de participação de gênero no setor.

Essa pesquisa mostra que mulheres e meninas perderão oportunidades de emprego. Para especialistas, a maior participação feminina em áreas como ciência da computação resultaria em maior equilíbrio de gênero em termos de contribuições criativas e supervisão de novas tecnologias.

Mas o que sabemos sobre empregos sob risco de desaprecimento em áreas mais tradicionais da economia?

Estudos até agora mostram que a automatização afetaria mais homens do que mulheres em empregos “ameaçados de extinção”. E, de muitas maneiras, a tecnologia beneficiou a força de trabalho feminina ao longo do século 20.

Máquinas criaram postos que requerem mais habilidades cognitivas, como memória e leitura, e susbtituíram tarefas físicas anteriormente exercidas em sua maioria por homens.

Mas outro relatório do Fórum Econômico Mundial, “O Futuro dos Empregos”, lançado em 2016, estimou que os dois gêneros sofreriam da mesma maneira.

O problema masculino foi evidenciado em um recente estudo da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), sugerindo que uma maior porcentagem de homens em Alemanha, EUA, Japão e Reino esteja em empregos ameaçados por máquinas e robôs.

Só que uma análise do ISEA, na Califórnia, concluiu que mulheres tem o dobro de probailidade de homens de trabalhar em empregos com altas chances de automatização – postos administrativos em escritórios, por exemplo, que empregam mais mulheres que homens.

“As autoridades precisam se preparar para o futuro”, diz a pesquisadora Jess Chen, do ISEA.

O ritmo de mudança será variado em diferentes partes do mundo, e crises econômicas podem afetar investimentos em robótica ou inteligência artificial.

Ao mesmo tempo, teremos no futuro empregos que ainda não existem, e haverá demanda para empregos em tarefas que não poder ser realizadas por robôs.

Outro ponto a ser levado em conta é o ético-social: será que todo mundo ficaria confortável, por exemplo, com robôs tomando conta de parentes idosos?

Igualdade

Mas a maior participação feminina no campo Stem não é apenas uma questão de oportunidade de emprego, mas também discutir tendências sexistas.

Catherine Aschraft, diretor do Centro Nacional para Mulheres e Tecnologia da Informação, nos EUA, diz que o preconceito pode se manfiestar de várias maneiras, das práticas de contratação às técnicas de entrevista.

Só que a preocupação também se estende à automatização de processos de avaliação de candidatos, em que a inteligência artifial pode ajudar humanos a cumprir tarefas e tomar decisões através da análise de grande quantidades de dados.

Empresas ao redor do mundo estão usando essas técnicas para avaliar candidatos a emprego.

“Será que a inteligência artifical consideraria um candidato masculino menos habilitado para uma posição de enfermeiro? Ou isso resultaria em mulheres com menores chances de conseguir um emprego como programadoras?”, questionou Aylin Caliskan, especialista em inteligência artificila da Universidade Princeton (EUA), em uma recente entrevista.

Sendo assim, pode ser importante que mais mulheres trabalhem nas profissões que estão moldando essa nova tecnologia.

“Se não fizermos alguma coisa, o preconceito vai se propagar e piorar”, diz Aimee Ms Van Wynsberghe, especialista em robótica e fundadora da Responsible Robotics, empresa que prega a “cibernética ética”.(BBC)

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