Saúde

Saiba quais energéticos têm excesso de açúcar e sódio

Um teste de qualidade realizado pela Proteste com dez marcas de bebidas energéticas mostrou problemas relacionados ao rótulo dos produtos, divergências em informações nutricionais e alto teor de açúcar nas formulações. Na análise, a instituição avaliou se os produtos, que estão entre os mais consumidos pelos brasileiros, podem ser consideradas energéticos e se cumprem a regulamentação quanto aos alertas, veracidade e clareza das informações nutricionais no rótulo.

Os resultados mostraram pouca veracidade das informações nutricionais – apenas uma marca apresentou informações da tabela nutricional condizentes com a realidade – e elevadas quantidades de açúcares totais em todos os produtos, o que contribui para o desenvolvimento de doenças como obesidade e diabetes.

Problemas no rótulo

Por legislação, uma bebida só pode ser considerada energética se tiver como ingrediente principal uma ou mais dessas substâncias: inositol, glucoronolactona, taurina e cafeína. Podem ainda ser adicionadas de vitaminas e/ou minerais até 100% da Ingestão Diária Recomendada (IDR) na porção do produto. Também é obrigatório que os rótulos contenham as seguintes informações: data de validade, denominação de venda, lote, dados do fabricante, modo de conservação, informação nutricional e algumas advertências.

Três marcas analisadas apresentaram problemas relacionados aos itens obrigatórios. O energético Bad Boy foi “penalizado” por não informar um contato SAC para que o consumidor contatar a empresa, se necessário, e o produto Red Bull não informa o modo de conservação do produto.

Na bebida TNT, as frases de advertência indicando os riscos de consumo do produto não fica claro devido às cores da lata/letra. O destaque das frases de alerta sobre o perigo do consumo do produto associado à bebida alcoólica, bem como a informação de que crianças, gestantes, nutrizes, idosos e portadores de enfermidades devem consultar o médico antes de consumi-la no rótulo é obrigatório pela legislação.

Entre as marcas analisadas, cinco – Fusion, Red Bull, Red Nose, TNT e V!be – não informaram a data de fabricação no rótulo. Embora o item não seja obrigatório por lei, a Proteste afirma que sua presença permite ao consumidor escolher o produto mais recente.

Três produtos não tiveram nenhum tipo de penalização neste quesito: Extra Power, Flash Power e Flying Horse, este último também muito bem avaliado no último teste (2011).

Informação nutricional

Segundo a Proteste, dentre todos os parâmetros avaliados, o que apresentou pior resultado foi a veracidade das informações nutricionais. Por lei, a variação entre os valores declarados versus os analisados deve ser de, no máximo, 20%. O teste revelou que apenas o produto Flash Power continha informações condizentes com a realidade.

Em relação ao teor de sódio, por exemplo, 90% dos produtos analisados ultrapassaram os 20% de diferença estabelecida pela lei, essa variação foi de 25% no Red Bull e chegou a 287% no Fusion, que declara 0 mg de sódio por porção, porém foi encontrado 7,2 mg (valor ainda considerado baixo).

No caso da cafeína, todos os produtos declararam corretamente os teores, variando de 1,0% no Red Bull a 17% no Flash Power, dentro da variação permitida por lei. Porém, a Proteste alerta que os resultados da taurina são preocupantes: três produtos – Red Nose, TNT e V!be –  apresentaram variações muito discrepantes de 33,75%, 30% e 51%, respectivamente, sendo todas elas a informação do rótulo maior do que o valor medido, ou seja, os fabricantes estão informando uma quantidade de taurina maior do que a existente no produto. Essas três marcas apresentaram mais de um nutriente fora do limite permitido, e por isso receberam as notas mais baixas no teste.

Apesar dos resultados, a Proteste concluiu que “todos os produtos obtiveram resultado favorável para quantidade de cafeína, taurina e sódio”.

Excesso de açúcar

Todos os produtos apresentaram quantidades muito elevadas de açúcares totais, o que pode acarretar problemas como obesidade e diabetes. A Proteste afirma que, “dependendo da marca e da quantidade ingerida, estes produtos são verdadeiras bombas de açúcar e devem ser evitados”.

Como não existe valor de referência para açúcares totais, foi utilizado como base a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) que considera que no máximo 10% das calorias ingeridas em um dia seja proveniente de açúcares simples. Ou seja, para um adulto, este valor corresponde a, no máximo, 50 gramas por dia. Como se trata de uma bebida, o valor de base foram 15 gramas (30% da recomendação diária) como quantidade “aceitável” para o produto. A porção padronizada pelo teste foi de 270 ml, que é o volume da maioria das latas dos produtos testados.

Os teores de açúcar nos produtos variaram de 23,1 gramas por porção de 270 ml (Vibe) a 82,3 gramas por porção de 270 ml (Flying Horse). Isso significa que ao consumir duas porções (cerca de duas latas) de 270 ml da maioria das marcas, o consumidor já atinge o limite máximo de açúcar necessário para um dia. Nas marcas Flying Horse e Bad Boy, a quantidade de de açúcar tão elevada que a ingestão de uma porção já ultrapassa o limite máximo diário recomendado.

(Veja)

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