Cinco doenças que humanos e seus pets têm em comum
Seu cachorro está bebendo muita água, urinando com frequência e perdendo peso? Seu gato está inquieto, nervoso e emagrecendo dia após dias, apesar de um enorme apetite?
Há várias doenças comuns entre humanos que parecem estar em crescimento no mundo pet, como diabetes e hipertireoidismo.
Diabetes
O número de casos de diabetes em humanos está aumentando e o mesmo parece estar acontecendo com os gatos, segundo o professor de medicina da Faculdade Real de Veterinária (RVC) Stijn Niessen.
A estimativa é de que um em cada 200 gatos tem diabetes do tipo 2, um aumento considerável se comparado a três décadas atrás, quando havia um caso de diabetes a cada 900 gatos.
“Gatos foram feitos para caçar, mas agora eles ficam muito tempo sentados sem fazer exercícios em apartamentos e são alimentados com frequência, um gesto de amor muitas vezes equivocado”, diz Niessen.
No entanto, o veterinário lembra que há muitos gatos gordos que não desenvolvem diabetes. Em alguns casos, tem mais a ver com genética do que estilo de vida.
Em relação a cachorros, cerca de três em cada mil tem diabetes, segundo o RVC. Os cachorros não têm o tipo 2 de diabetes, mas têm uma tendência maior a ter diabetes tipo 1, quando o sistema imune do corpo o impede de produzir insulina, um hormônio chave que ajuda a armazenar açúcar com segurança.
Tanto nos cachorros quanto nos gatos – e às vezes em macacos, coelhos e até ratos – com diabetes, os animais ficam com sede constante, urinando com frequência e perdem peso, sintomas comuns da doença em humanos.
O tratamento pode incluir injeções de insulina. E alguns estudos com gatos indicam que eles podem empurrar a diabetes para a remissão ao perder alguns quilos extras.
Problemas de tireoide
Gatos hiperativos e inquietos que perdem peso apesar de comer muito podem ter hipertireoidismo.
Assim como em humanos, essa condição ocorre quando a glândula tireoide, no pescoço, produz hormônios em excesso.
Uma forma de tratar uma tireoide superativa é dar uma injeção de iodo radioativo no gato.
O iodo acaba se concentrando na glândula tireoide e emite radiação, matando células ativas demais.
Essa é uma boa forma de curar o hipertireoidismo, mas os gatos precisam ser mantidos em isolamento por várias semanas, já que eles podem emitir radiação em suas caixinhas de areia por algum tempo.
Já os cachorros tendem a sofrer do problema oposto. Cerca de um a cada mil cachorros visitam o veterinário no Reino Unido por causa de tireoides pouco ativas.
Os donos podem ficar atentos a alguns sinais comuns aos humanos com hipotireoidismo – aumento de peso, preguiça e lentidão.
E assim como em humanos, uma terapia de substituição do hormônio da tireoide pode ajudar.
Cães que tomam Viagra
Cachorros com problema de respiração ou que desmaiam de repente podem receber receita para Viagra.
A droga é famosa por ajudar homens com disfunção erétil. Contudo, antes de receitá-la para esse fim, os cientistas realizavam estudos para ver se era possível usar a droga como tratamento para pressão alta.
Agora, os veterinários estão usando Viagra para tratar hipertensão pulmonar – pressão alta nos pulmões – em cachorros.
Alguns donos perguntam aos veterinários se eles podem dar suas próprias pílulas aos animais. A resposta é não.
As drogas são formuladas e licenciadas separadamente para humanos e bichos.
Vírus da Imunodeficiência Felina
O Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV, na sigla em inglês) ataca o sistema imune dos gatos, o que os deixa incapaz de combater outras infecções.
Dessa forma, ele é parecido com o efeito do HIV em humanos.
Nos EUA, entre 1,5 e 3% de gatos são infectados com FIV. Febres persistentes, pelos frágeis e perda de apetite são comuns em gatos infectadas.
Inflamações nas gengivas e infecções crônicas na pele, olhos, bexiga e vias aéreas superiores são sinais frequentes também.
Epilepsia
De acordo com o professor Holger Volk, também do RVC, cerca de um em cada 100 cães têm epilepsia.
Gatos também podem sofrer da mesma condição, ainda que isso seja menos comum.
A epilepsia pode causar convulsões, mas em alguns casos os sintomas não são tão fáceis de perceber.
Os animais podem ser tratados com pílulas antiepilépticas, mas elas não funcionam em todos.
Até o momento, o trabalho de Volk indica que uma dieta rica em ácidos graxos pode ajudar. Agora ele está realizando testes mais amplos para confirmar esses resultados.
Outros cientistas do mesmo departamento observaram vídeos de animais ou humanos com epilepsia tendo convulsões. A conclusão é que há mais empatia das pessoas em volta com os animais do que com humanos.
Independentemente de empatia, Volk e Niessen dizem que estudar doenças comuns em animais pode nos ajudar a entender melhor as doenças que nós mesmos sofremos.(BBC)