Você sabe o que mataria mais humanos caso um asteroide atingisse a Terra?
Em sua opinião, o que mataria mais pessoas se um asteroide gigante atingisse a Terra? Explosões supermassivas? Chuvas de rochas imensas e incandescentes caindo por todos os lados? Tsunamis descomunais inundando cidades inteiras? Outro palpite? Segundo um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Southhampton, na Inglaterra, caso o nosso planeta sofresse um grande impacto, o efeito mais letal seriam fortes rajadas de vento.
De acordo Mike Mcrae, do portal Science Alert, os cientistas chegaram a essa conclusão depois considerar três possibilidades diferentes, uma no qual o asteroide explode na atmosfera, outra na qual a rocha espacial atinge o solo, e uma terceira, na qual o pedregulho cai no oceano. Pois, nos três casos, o maior número de mortes seria ocasionado pela ação de ventos intensos — tipo furacões superpoderosos — e devastadores.
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Ventania letal
Segundo os cientistas, vale destacar que os efeitos da catástrofe dependeriam da composição do asteroide, de seu tamanho e da velocidade com qual ele viaja em direção ao nosso planeta. Além disso, outros fatores, como o local atingido pela rocha espacial e o quão exposta a população no ponto de impacto — se houver alguma — estará quando o asteroide cair, também precisam ser considerados.
Ademais, os pesquisadores consideraram asteroides chamados condritos, que somam cerca de 90% das rochas espaciais, assim como comportamentos culturais e densidades populacionais de várias partes do mundo. Então, eles calcularam o que aconteceria se um asteroide com 50 metros de largura explodisse sobre Londres e Berlim, e se uma rocha espacial com 200 metros entrasse na atmosfera com um ângulo de 45° e atingisse essas cidades a uma velocidade de 20 km/s.
No primeiro caso, a onda de choque resultante da explosão do asteroide na atmosfera causaria a morte de cerca de 1,2 milhão de mortes em Berlim, e por volta de 2,8 milhões em Londres. No caso da rocha espacial atingindo a superfície das cidades, o número de mortos triplicaria, batendo os 3,5 milhões em Berlim e 8,8 milhões em Londres.
Aliás, no primeiro caso, 85% das mortes seria resultado das intensas rajadas de vento geradas durante a explosão do asteroide — que atingiriam tanto pessoas desprotegidas como as que estivessem no interior de edifícios que desabariam sob a ação do fenômeno. No segundo caso, o do impacto, cerca de metade das mortes seria provocada pelos ventos.
Mais precisamente, se a rocha espacial atingisse a superfície, um quarto das mortes seriam provocadas pelos efeitos térmicos nas redondezas da cratera, e outro quarto morreria devido aos efeitos da onda de choque. Curiosamente, apenas 2% ou 3% das mortes seriam provocadas pelo material ejetado da cratera.
Rio de Janeiro
Os pesquisadores também calcularam o que aconteceria se um asteroide com 200 metros caísse próximo à cidade do Rio de Janeiro — e Deus deve ser mesmo brasileiro, pois o número de mortes seria significativamente mais baixo, especialmente considerando que a rocha caísse no mar. Caso o impacto ocorresse a 100 quilômetros da costa, a estimativa é de que pouco menos de 30 mil pessoas perderiam suas vidas, sendo 92% do total devido às rajadas de vento, e os demais 8% em decorrência das imensas ondas que atingiriam o litoral.
Entretanto, se o asteroide caísse no mar a apenas 10 quilômetros das praias, o número de mortos escalaria para 1,4 milhão — com quase 60% sendo vítima dos ventos e pouco mais de um terço por conta da onda de calor. E sabe o que ajudaria a proteger a população carioca? O terreno acidentado e os morros da cidade, que reduziriam os efeitos do choque.
Ficou preocupado com os cálculos? Pois saiba que, segundo os cientistas, não há motivo para pânico. Conforme explicaram, asteroides com as dimensões que eles usaram para fazer as estimativas costumam atingir o nosso planeta uma vez a 40 mil anos e, de acordo com as previsões, a chance de que isso ocorra no próximo século é de 0,01%.
Além disso, se por ventura uma dessas rochas espaciais decidisse cair por aqui, com tantas áreas cobertas pelo oceano e territórios inabitados, seria muito, muito azar se ela atingisse uma região densamente povoada. E, repetindo… Deus é brasileiro, lembra?
FONTE(S)
- SCIENCE ALERT/MIKE MCRAE(Megacurioso)