EsporteSem categoria

Adaptação à moda

Dos quatro principais campeonatos nacionais da Europa, dois são liderados por equipes que jogam no esquema 3-4-3. O Bayern de Munique, primeiro colocado na liga alemã, atuava desta forma em várias partidas na época de Pep Guardiola. Atualmente, com o mais conservador Carlo Ancelotti, não tem usado essa variação. Na Espanha, Real Madrid e Barcelona dominam com estratégias bem diferentes.
E, por mais que o Real seja hoje o time a ser batido no mundo – apoia-se muito no talento individual de seus jogadores e na força dos contra-ataques – considero Chelsea e Juventus aqueles que apresentam a maneira mais interessante de se postar em campo.
Os ponteiros, respectivamente, dos campeonatos inglês e italiano estão diretamente ligados entre si. Antonio Conte implantou o 3-4-3 na Juventus entre 2011 e 2014, conquistando três títulos da liga nacional. Agora, ele repete a formação no Chelsea e Massimiliano Allegri mantém a Juve no topo sem mexer na disposição tática da equipe.
Já escrevi sobre o esquema nesta coluna. Ele me chama atenção por ser eficiente tanto no ataque quanto na defesa. Contando com a responsabilidade de todos na recomposição, é possível combinar mais facilmente os jogadores de maior qualidade na equipe titular. No caso da Juventus, Allegri tem escalado seus três artilheiros – Higuaín, Dybala e Mandzukic. No Chelsea, há lugar para Fábregas, Willian, Pedro, Hazard e Diego Costa.
Tento ser conciso na explicação. Diferentemente do 4-1-4-1, outro esquema da moda do qual eu também gosto, o 3-4-3 consegue formar três linhas de marcação, não só duas. Algo que dificulta o toque de bola dos rivais tanto na frente, onde os três atacantes pressionam, quanto mais atrás, desde que as linhas de meio e defesa fiquem sempre bem próximas.
Nesta formação, na qual podem ser excluídos os laterais de origem, é preciso que os jogadores que atuem pelas pontas estejam bem afinados. Na recomposição defensiva, o movimento dos atacantes e meias designados para as funções de lado de campo tem o poder de imprensar as linhas e transformar o esquema num 5-4-1 bem difícil de ser transposto.
Ba-Vi do 3-4-3
É este o deslocamento ilustrado no infográfico, no qual busco adaptar os elencos de Bahia (esquerda) e Vitória ao 3-4-3. Considero uma solução a se pensar, afinal, os dois times enfrentam problemas técnicos e de posicionamento com seus laterais e têm muitas boas opções no meio-campo.
Enxergo Diego Rosa e Patric capazes de exercer as funções-chave pelos lados, formando tanto as linhas de meio-campo quanto as de defesa. Mais ou menos como fazem os laterais no tradicional 4-4-2, e eles possuem técnica e consciência tática superiores aos demais alas tricolores e rubro-negros.
Coloquei-os pela direita. Na esquerda, arrisquei. Confiei na disposição de Juninho na marcação. E ele ainda seria uma boa válvula de escape por ter competência na saída de bola. Poderia centralizar para iniciar as jogadas e variar de posição com o inquieto Régis. No Vitória, Euller já mostrou que rende mais quando atua com maior liberdade para atacar. É bom lembrar que, na linha mais recuada, os zagueiros deslocados pelos lados também podem avançar como laterais. Quando um parte, o outro fecha pelo meio com o beque central. Por isso, optei por atletas de boa mobilidade.
Em um esquema que prevê muita movimentação e intensa troca de posições, o Leão leva vantagem por ter Kieza como centroavante. Edigar Junio poderia ser uma alternativa para a má fase de Hernane. Em compensação, vejo mais rapidez e habilidade nos atacantes de lado do Tricolor. É neste setor que se espera o tal poder de decisão. (A Trade)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *