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Desigualdade diminui, mas salários também caem

Favela Real Parque, em São PauloA desigualdade de renda no Brasil caiu em 2015 pelo 11º ano seguido, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015, realizada pelo IBGE.
Mas, embora a diferença entre os que ganham mais e os que ganham menos tenha diminuído, todos tiveram redução da renda mensal. A diminuição da desigualdade se deu principalmente porque a faixa de rendimentos mais elevados teve uma redução mais intensa que a dos mais pobres.
O índice de Gini, que mede o grau de concentração de renda, caiu de 0,497 em 2014 para 0,491 em 2015 quando consideradas todas as fontes de receitas da população com 15 anos ou mais. Nessa conta, é levado em conta, além do salário, a arrecadação por pensão, aposentadoria, programa social, pensão alimentícia, aluguel, etc. O índice de Gini varia de 0 a 1 e quanto mais perto do 1, maior a desigualdade.
A menor desigualdade foi registrada na região Sul (0,450) enquanto a região com maior diferença de rendimento foi a Centro-Oeste (0,498).
Entre os estados, Santa Catarina foi o que apresentou a menor desigualdade, com índice 0,419, seguido por Goiás, com 0,436. Na lanterna do ranking por estados, aparece o Distrito Federal, com 0,555 (veja lista por estados abaixo).
Esse levantamento, no entanto, precisa ser visto com cuidado. Diversos economistas apontam que, por trabalhar por amostragem domiciliar, a PNAD não é o melhor instrumento para captar as rendas dos estratos mais ricos.
A pesquisa não considera, rendimentos de capital como aplicações financeiras e ganhos com imóveis, por exemplo, então pode subestimar o tamanho da riqueza nas camadas mais elevadas da pirâmide social e, portanto, comprometer o retrato da desigualdade no país.
Salários altos caíram mais
Segundo a PNAD, a desigualdade entre os salários mais altos e mais baixos também diminuiu desde 2004, atingindo o índice de 0,485 em 2015 ante 0,490 em 2014.
A Região Nordeste apresentou o maior nível de desigualdade entre salários (0,498), enquanto a Sul, o menor (0,441).
No entanto, a maior queda de concentração ocorreu no Sudeste do país, onde o índice saiu de 0,478 em 2014 para 0,471 em 2015. Em segundo lugar aparece a Região Centro-Oeste, com diminuição de 0,487 para 0,481 entre 2014 e 2015. Nessas duas regiões, a queda de desigualdade também foi puxada pela redução do salário dos trabalhadores mais bem remunerados.
Já no Nordeste, a redução da desigualdade foi pequena (de 0,501 para 0,498) porque os trabalhadores com os salários mais baixos é que tiveram uma queda maior.
Desigualdade de renda maior entre homens
Segundo a PNAD 2015, o rendimento médio mensal dos trabalhadores é mais desigual entre os homens (0,487) do que entre as mulheres (0,471). As maiores concentrações de renda entre homens ocorrem no Maranhão (0,551) e Distrito Federal (0,546), enquanto as menores ocorrem em Santa Catarina (0,413) e Goiás (0,412). Já entre as mulheres há mais desigualdade no Piauí (0,552) e menos em Santa Catarina (0,372).
Redução leve na renda dos domicílios
Quando considerado o rendimento médio mensal dos domicílios brasileiros, houve uma queda pequena no índice de Gini entre 2014 e 2015: saiu de 0,494 e foi para 0,493 nesse período.
A pouca variação aconteceu porque em duas regiões a desigualdade aumentou – na região Sul (de 0,445 para 0,449) e Norte (de 0,475 para 0,476) -, além de o índice se manter igual no Nordeste (0,491).
A diminuição nos índices do Sudeste e do Centro-Oeste é que deixou o saldo do país positivo. Enquanto no Sudeste o número caiu de 0,482 para 0,478, no Centro-Oeste variou de 0,500 para 0,493.
Unidades da Federação Índice de Gini* da distribuição do rendimento mensal das pessoas de 15 anos ou mais de idade, com rendimento 
               Brasil 0,491
Santa Catarina 0,419
Goiás 0,436
Alagoas 0,438
Mato Grosso 0,445
Rondônia 0,452
Ceará 0,453
Rio Grande do Sul 0,454
Amapá 0,457
Pará 0,459
São Paulo 0,460
Paraná 0,465
Sergipe 0,470
Espírito Santo 0,471
Amazonas 0,476
Minas Gerais 0,478
Mato Grosso do Sul 0,479
Bahia 0,481
Rio Grande do Norte 0,487
Pernambuco 0,492
Acre 0,500
Roraima 0,500
Rio de Janeiro 0,503
Tocantins 0,504
Piauí 0,505
Maranhão 0,506
Paraíba 0,510
Distrito Federal 0,555
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, PNAD 2015.
*Quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade.
(Exame)

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