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Mercado de trabalho será o último indicador a melhorar

Os dados do mercado de trabalho continuam muito ruins. A taxa ficou em 11,2% no trimestre até maio. São 11,4 milhões de desempregados do país, estima o IBGE. A recessão está provocando demissões e levando mais gente que estava fora do mercado a procurar uma ocupação. Na atual situação, fazer uma projeção sobre o emprego é complicado. O mercado de trabalho deve ser o último indicador a melhorar. 
Desde o mesmo trimestre do ano anterior, a população ocupada diminuiu 1,2 milhão, para 90,8 milhões de trabalhadores. Nesse mesmo período, entraram para o contingente de desempregados 3,3 milhões de pessoas. Na estatística de desempregados, só entram na conta as pessoas que estão procurando uma ocupação. Ou seja, muitos trabalhadores foram demitidos, mas também outras pessoas que estavam fora do mercado voltaram a buscar trabalho. Na comparação com o trimestre terminado em fevereiro, o fenômeno se repete. A população empregada recuou 285 mil, e o número de desempregados subiu mais, cerca de 1,1 milhão.
A renda das famílias caiu. Em um ano, a massa de rendimento real recuou 3,3%.
Frente ao trimestre anterior, até abril, a taxa de desemprego ficou estável em 11,2%, um nível muito alto. Em um ano, a piora foi agressiva; o indicador estava em 8,1% no mesmo período de 2015.
Sobre o futuro, ainda não se pode fazer afirmações categóricas. O desemprego tradicionalmente recua no segundo semestre. No ano passado, porém, isso não aconteceu por força da crise, que continua a atrapalhar. A atividade dá sinais de que parou de piorar, a confiança iniciou uma recuperação, mas as incertezas do quadro político atrapalham a retomada econômica.
Nas crises brasileiras, o emprego é o último dado a piorar; na retomada, no entanto, o indicador também demora mais a recuperar. Com as regras trabalhistas atuais, é caro demitir e admitir o trabalhador. Nessa situação, é difícil fazer um prognóstico positivo sobre o mercado de trabalho.(Blog da Miriam Leitão)

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