Entenda a evolução do 4G e fuja de enganações; a gente explica
4.5G, 4G Plus, 4G Max e por aí vai…enquanto a gente aguarda ansiosamente pelo promissor 5G – a quinta geração de banda larga móvel que promete velocidade acima do gigabit por segundo – as operadoras lançam uma atualização do LTE 4G.
No Brasil, o 4G opera na frequência de 2,5 Gigahertz. A novidade é que a partir de agora as operadoras vão passar a agregar novas bandas de frequência para o 4G, como os 2000 e 1800 megahertz, por exemplo. Assim, os terminais de transmissão vão utilizar mais de uma banda ao mesmo tempo. Em uma analogia simples, é como ampliar uma calçada, permitindo que mais pedestres trafeguem por ela mais rapidamente e com mais espaço entre eles.
A principal vantagem do uso simultâneo das diferentes bandas é atingir velocidades maiores de conexão. Em testes, usando a agregação de bandas, as conexões atingiram picos de 200 megabits por segundo. Mas, na vida real, a velocidade média deve mesmo ficar perto dos 30 megabits por segundo – no máximo; o que já é 30% acima do que atinge o 4G atual.
Para entender melhor a situação, conversamos com uma das empresas que vende os transmissores LTE 4G para todas as operadoras nacionais. Desde que o 4G chegou ao Brasil, em 2013, esses equipamentos já permitem essa agregação de bandas que resulta em um serviço melhor e mais veloz. Aí fica a pergunta: por que não fizeram então desde o início?!…Só agora, no final de 2015.
As operadoras dizem que os equipamentos não eram compatíveis, mas isso a gente já sabe que não é verdade. Uma questão que deve ser levada em consideração é o espectro de radiofrequência disponível para comunicação. Para somar blocos de transmissão, as operadoras precisam liberar partes de frequências até então utilizadas por outros serviços; como o 2G, por exemplo – tecnicamente chamado de GSM.
Para a empresa que fornece os equipamentos, para que mais bandas fossem colocadas a serviço do 4G, era preciso existir uma utilização maior da tecnologia no país, com mais transmissores e receptores em atividade. A gente acredita, pelo histórico brasileiro e pela qualidade do serviço móvel por aqui, que isso é só história para continuar vendendo planos. Se, por exemplo, as operadoras oferecessem essas novas velocidade desde o início, qual seria o apelo para continuar trazendo clientes do 3G e até do 2G para o 4G?!
De qualquer forma, as operadoras não cobram nada a mais dos clientes que já possuem pacotes 4G. O último ponto sobre essa novidade, que nem é tão nova assim, é que nem todos os dispositivos serão capazes de aproveitar a transmissão em bandas simultâneas. Apenas alguns smartphones estão preparados para operar com diferentes frequências agregadas. Ou seja, os outros – geralmente os aparelhos mais simples – vão continuar usando apenas uma banda e nada muda.
A previsão do mercado é que o 5G só chegue – de verdade – em 2020. Até lá, claro, o 4G deve evoluir, mas isso depende principalmente do investimento em infraestrutura das operadoras. No Brasil, infelizmente, esse é um problema que parece longe de ser solucionado.
(Olhar Digital)