Se o azul é uma cor primária, por que existem tão poucos animais nesse tom?
Ao lado do vermelho e do amarelo, o azul é considerado uma das cores primárias: através da mistura dessas três, é possível conseguir uma infinidade de outras tonalidades. Mas apesar de o azul ser tão “básico”, vocês já notaram como existem pouquíssimos animais com essa coloração?
As plantas conseguem produzir o pigmento por causa da antocianina, que é derivada de sais flavílicos. E ela não produz só o azul: cores como o alaranjado, o vermelho e o roxo também têm origem na antocianina, que protege as plantas contra os raios ultravioletas.
Os animais, entretanto, não são capazes de produzir a tonalidade azulada. Por isso, quando algum bichinho possui essa cor, isso é resultado de outras variáveis, como a iridescência (um fenômeno ótico) ou a reflexão seletiva.
Na fauna, o azul não é a cor mais quente
O site Mother Nature Network usou o exemplo do pássaro gaio-azul para explicar essas variáveis. O pequeno animal produz melanina, assim, sua coloração natural deveria tender ao preto e não ao azul. Porém, alguns pequenos espaços de ar nas penas da ave são responsáveis por dispersar a luz, fazendo com que esse passarinho pareça azul a nossos olhos.
O efeito acima é chamado de “Dispersão de Rayleigh”, e ele explica outras coisas, como a coloração azul do nosso céu. Ele também pode ser usado para explicar essa tonalidade em diferentes tipos de borboleta e outras aves. Curioso, não?
Através disso, fica mais claro por que existem pouquíssimas espécies de répteis, anfíbios, peixes e mamíferos com a cor azulada. Um desses casos é a raríssima iguana-azul, natural da ilha de Grande Caimão, na América Central. Em 2007, pouco mais de 300 espécimes viviam livres na natureza.
(Megacurioso)