Obama diz que bloqueio a Cuba deve terminar
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta segunda-feira (28) durante seu discurso na 70ª Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, que o Congresso levante o embargo de seu país contra Cuba. Washington e Havana retomaram relações diplomáticas este ano, após uma aproximação mediada pelo Vaticano.
Obama disse estar confiante de que o Congresso “inevitavelmente levantará um embargo que não deveria mais estar em vigor”, diante dos aplausos das delegações dos 193 países membros.
O presidente americano reconheceu que a política de Washington em relação a Cuba havia “falhado em melhorar a vida do povo cubano”, mas ressaltou que os direitos humanos continuam sendo uma preocupação nas relações com Havana.
O embargo foi denunciado neste fim de semana pelo presidente cubano, Raúl Castro, diante da ONU, que considerou que essa política é “o principal obstáculo para o desenvolvimento econômico” de seu país.
Obama restaurou formalmente os laços diplomáticos com a ilha caribenha, que fica a cerca de 144 quilômetros da Flórida, depois de mais de 50 anos de hostilidade e desconfiança mútua. Mas só o Congresso pode suspender o embargo, em vigor desde 1962, e é improvável que os líderes republicanos o façam.
Guerra na Síria
Obama concentrou grande parte de seu discurso nos problemas causados por guerras e conflitos no mundo, falando principalmente da Síria.
Obama concentrou grande parte de seu discurso nos problemas causados por guerras e conflitos no mundo, falando principalmente da Síria.
O presidente americano citou nominalmente Bashar al-Assad, ditador da Síria, chamando-o de “tirano”, que “joga barris de bombas contra crianças inocentes”. “Catástrofes como a vista na síria não acontecem em países com democracia genuína”, disse sob aplausos.
Segundo ele, a história mostra que os regimes que incitam sua população ao medo acabam caindo, mas que os regimes que investem em instituições democráticas duram.
A acusação é um ataque direto à Rússia e ao Irã por seu apoio militar ao regime sírio, e acontece um pouco antes do discurso que será feito pelo presidente russo Vladimir Putin. Apesar disso, o presidente americano disse estar disposto a trabalhar com todos os países, inclusive Irã e Rússia, para resolver a crise Síria.
“Os Estados Unidos estão preparados para trabalhar com qualquer nação, incluindo Rússia e Irã, para terminar o conflito”, disse Obama na Assembleia-Geral da ONU. “Mas precisamos reconhecer que não pode haver, após tanto derramamento de sangue, tanta carnificina, um retorno ao status quo pré-guerra”.
“Não há espaço para acomodar um culto apocalíptico como o Estado Islâmico e os Estados Unidos não fazem desculpas para usar nosso Exército como parte de uma ampla aliança para ir atrás deles”, disse.
Obama disse que o mundo está vendo uma “erosão” dos princípios democráticos, e citou a crescente polarização e a criação de movimentos à extrema-direita e esquerda, sectarismo, racismo e antissemitismo. Ele criticou essa polarização, que chamou de política do “nós contra eles”.
Para ele, nas últimas duas décadas, aprendemos que os ditadores podem prender opositores, mas não podem aprisionar ideias. Ele citou a necessidade, por todo lugar, que as pessoas têm de “fazer suas próprias escolhas”. “Você pode controlar o acesso à informação, mas não pode transformar mentiras em verdades.”
(G1)