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Governo prevê obra do VLT para novembro

O secretário estadual da Casa Civil, Bruno Dauster, anunciou, nesta sexta-feira, 7, que as obras do veículo leve sobre trilhos (VLT) no subúrbio ferroviário de Salvador, orçadas em R$ 1,1 bilhão, devem ser iniciadas em novembro. O custo será dividido  entre os governos estadual e federal.
Segundo Dauster, o edital de  licitação deve ser assinado no dia 14 de agosto e a construção, iniciada em até 90 dias após a assinatura.  A presidente Dilma Rousseff foi convidada para a cerimônia de publicação do edital, mas a Casa Civil ainda aguarda resposta do Planalto.
As obras ocorrerão em três etapas: do Comércio até a Lapa; de Plataforma até a avenida São Luís, em Paripe (que liga o bairro à  estrada da Base Naval de Aratu); e do Comércio à  Lapa. As duas últimas fases serão executadas ao mesmo tempo.
O percurso do  modal entre o Comércio e Paripe terá 18,4 km,  4,8 km a mais que o percurso atual dos trens.
O trecho entre o Comércio e a Lapa, que passa por definição,  terá cerca de 1,5 km. “Essa parte terá um túnel, um viaduto e, provavelmente, uma parada na Barroquinha”, adiantou o gestor.
O trajeto dos trens será aproveitado, embora totalmente revitalizado e integrado com o meio urbano. Durante as intervenções, um transporte alternativo será disponibilizado para  a  população.
A obra envolverá a reforma e construção da linha permanente, das paradas, implantação dos sistemas de eletricidade e comunicação e urbanização da faixa de domínio.
Centro comercial
Em Paripe, haverá um centro comercial, provavelmente no local da estação. Na área limítrofe do sistema serão construídas  calçadas e vias para ciclistas.
“Hoje,  o limite do sistema de trens é bloqueado por muros, quando não por construções irregulares. Queremos que o novo sistema e a região  sejam melhor apreciados. O subúrbio é muito bonito, tem uma baía linda que não é vista, em grande parte por causa da desorganização”, disse Dauster. A expectativa do governo do estado é que o sistema  comece a operar no segundo semestre de 2017.
Paradas
O secretário da Casa Civil explicou que as dez estações do sistema atual serão desativadas e  reaproveitadas para prestação de serviços à comunidade.
Segundo ele, “os cais [popularmente chamados de batentes] serão demolidos e os prédios reaproveitados. O trem andará no chão, como se fosse ônibus. Por isso, haverá paradas, não estações”. O sistema terá 21 paradas [veja abaixo] mais que o dobro que as dez atuais.
A média de tempo de espera pelos veículos será de cinco a sete minutos, semelhante ao do metrô. “Atualmente, uma pessoa leva, em média, entre uma hora e meia a duas horas e meia para ir de Paripe a Piatã, por exemplo. Futuramente, esse tempo será reduzido para 30 minutos. O VLT será integrado ao metrô, ao BRT e aos ônibus. Será muito mais fácil fazer o trajeto”, contou.

Passagem será mais cara que a dos trens atuais

Com a modernização do sistema, a passagem, que atualmente custa R$ 0,50 para os trens, aumentará. Segundo Dauster, o valor será o mesmo aplicado para qualquer outro modal, no momento em que começar a operar.
“A passagem atual é absolutamente inexequível para qualquer sistema de transporte. Não cobre nem o custo da vigilância”, diz.
Mas ele acrescenta que isso não será um problema para a  população: “O usuário terá mais qualidade, saberá a hora exata que o trem passará na parada. Valerá a pena pagar por um transporte de qualidade”.
Além do conforto, o secretário lembra que a passagem será integrada aos demais meios de transporte, como metrô e BRT. Por isso, para ele, o aumento não causará tanto impacto.
“Teremos entre 165 a 170 km de trilhos em Salvador até 2017, contando com o metrô. Os corredores farão uma revolução no sistema de mobilidade da capital porque todas as pessoas poderão circular de um ponto a outro da cidade de forma muito mais fácil”, aposta.
Degradação
Atualmente, a população se queixa de muitos problemas nos trens do subúrbio, que é administrado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e pela Companhia de Transportes da Bahia (CTB).
Além do tempo de espera, que chega a 40 minutos, usuários reclamam da lotação em horário de pico e das  condições dos veículos, em grande parte enferrujados e com janelas quebradas. No entorno do trilho, espaços abandonados são ocupados por moradores de rua.
Em matéria de A TARDE, o presidente da CTB, José Campelo, alegou  que a manutenção é cara e há dificuldade para achar peças, que muitas vezes não são mais fabricadas por conta da idade dos veículos.(A Tarde)

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