Indicador de dívida da Petrobras piorou no trimestre, prevê analista
O endividamento da Petrobras subiu e a geração de caixa operacional (Ebitda) piorou no segundo trimestre. Essa é a projeção de Celson Plácido, estrategista-chefe da XP Investimentos. O indicador dívida líquida/Ebitda subiu para algo próximo de 5 vezes, acredita o especialista. A divulgação do balanço ainda não foi marcada.
O dólar, que denomina quase 75% da dívida da Petrobras, recuou 3,1% entre abril e junho. Mas como a companhia tomou US$ 7,5 bi em moeda americana no período, o endividamento bruto se aproximou de R$ 415 bi, nas projeções de Plácido. Ao final de março, eram R$ 400,4 bi.
A maior diferença em relação ao balanço do primeiro trimestre, contudo, é na geração de caixa operacional (Ebitda). O consumo de combustíveis caiu cerca de 5%, estima Plácido. Os preços, que chegaram a estar 33% acima da cotação internacional no começo do ano, foram negociados com defasagem em parte do segundo trimestre. O Ebitda no primeiro balanço (R$ 21,68 bi) também foi beneficiado por recebimento de créditos e vendas de ativos, eventos que não acontecem sempre.
— Com a projeção de geração de caixa de R$ 17 bi no segundo trimestre, a relação dívida líquida/Ebitda subirá. A companhia precisaria de 5 anos para pagar seu endividamento, se ela fizer o cálculo da maneira usual. É o dobro da meta estabelecida pelo plano de negócios, divulgado na terça-feira —, lembrou Plácido.
No primeiro trimestre, quando a companhia calculou o indicador anualizando a geração de caixa e considerando os eventos não recorrentes, a relação ficou em 3,86 anos. O normal, explica o especialista, é somar o Ebitda dos últimos quatro trimestres. (Blog da Miriam Leitão)