Vacinas contra HPV podem ser eficazes em menos doses
Um grupo de cientistas cruzou dados de dois estudos – o Ensaio Clínico de Vacinação do HPV na Costa Rica (2005) e o Ensaio Clínico da Vacina do Vírus do Papiloma Humano contra o Cancro em Jovens Adultas (2009) – e chegou à conclusão de que a administração de vacinas contra o vírus do papiloma humano pode ser eficaz em menos doses.
Como explica o Público, os estudiosos perceberam que uma dose única da vacina Cervarix oferece proteção para os dois genótipos mais carcinogénicos do vírus. Atualmente, a vacina é administrada em três doses. Já a Gardasil, no mercado português, é aplicada em duas doses.
Os resultados mostram que, no caso dos genótipos 16 e 18, responsáveis por cerca de 70% dos casos de cancro do colo do útero, a administração de uma dose ou duas doses tem eficácia semelhante à administração de três doses.
O mesmo não se pode dizer dos genótipos 31, 33 e 45 do vírus, menos carcinogénicos, para os quais a vacina oferece proteção cruzada parcial, quando aplicada em três doses.
Estas evidências levam a que se questione qual a concentração mínima de anticorpos necessária para uma proteção eficaz contra o HPV. “A duração da proteção é uma questão crítica, que ainda temos de abordar. Mas os dados obtidos mostram-nos uma proteção de quatro anos. Serão necessários mais estudos para se verificar a possibilidade de uma proteção mais alargada, idealmente seria de 20 anos”, explicou ao Público um dos autores do estudo.
As conclusões do estudo levam a que se coloque a hipótese de fazer chegar as vacinas contra o vírus do papiloma humano a mais pessoas. “Se este resultado for confirmado, será uma grande oportunidade para alagar a proteção da vacina do HPV a mais pessoas do que aquelas que alguma vez considerámos possíveis. (…) Se for suficiente apenas uma dose, poderão reduzir-se os custos de vacinação e melhorar a distribuição. Isto é especialmente importante para as regiões menos desenvolvidas do mundo”, acrescentou Aimée Kreimer.
(noticiasaominuto)