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Não haverá emprego temporário no comércio para o Natal, afirma Sindilojas

São no mínimo contraditórias as análises do patronato e dos empregados no comércio em relação a demissões e enfrentamento da crise econômica. Enquanto, o sindicato que reúne lojistas afirma que as demissões estão crescendo e não vê perspectivas boas para este ano, a entidade representativa dos comerciários garante que as demissões estão em nível “normal” e diz que a perspectiva é otimista, pois o que está havendo “é um ajuste promovido pela presidente Dilma para enfrentar a crise internacional, mas isso vai colocar o Brasil nos eixos.”
De acordo com Paulo Motta, presidente do Sindilojas, entidade que reúne lojistas da Bahia, o índice de demissões no comércio, com base no número de conciliações de conflitos, está em cerca de 10%, maior que a média do ano passado. No entanto, Motta diz que esse percentual “ainda não é alarmante, mas é preocupante.”
O presidente do Sindilojas admite, todavia, que o número de demissões “pode agigantar-se, devido ao baixíssimo índice de vendas, até porque tivemos um dos piores Dia das Mães dos últimos tempos.” Outra preocupação da entidade diz respeito ao alto índice de inadimplência: “Salvador, com uma população de cerca de três milhões de pessoas, tem nada menos que 600 mil inadimplentes”, afirma Motta.
 
TEMPORÁRIO 
Questionada sobre se a delicada situação da economia brasileira irá refletir no chamado emprego temporário, este ano, a direção do Sindilojas é taxativa: “O emprego temporário está morto. Ele existia exatamente em função de um grande volume de vendas no período de fim de ano, para dar mais conforto ao consumidor. No entanto, se as perspectivas de vendas são cada vez piores, para quê o temporário?”
 Paulo Motta diz que em dezembro último “praticamente não houve emprego temporário” e que a média desses empregos em 2013 foi de apenas 10 mil, enquanto, “três anos atrás, chegamos a ter 20 mil.” A diretoria do Sindilojas vê ainda com mais pessimismo os próximos meses no comércio, na medida em que “o governo federal anuncia, agora, um corte de cerca de R$ 80 bilhões nos investimentos, o que certamente refletirá negativamente na economia.”
Para comerciários, situação econômica está sob controle  
O sombrio quadro traçado pelo Sindilojas é contestado pelo Sindicato dos Comerciários da Bahia, que, ao contrário, está “otimista” com a atual situação econômica do País e afirma que o índice de desemprego no setor tem sido em torno de 1%, ou seja, 1.800 demissões por mês diante de um quadro de cerca de 180 mil trabalhadores em todo o Estado, conforme enumera o presidente da entidade, Jaelson Dourado.
Citando que “neste momento (horário em que a reportagem da Tribuna estava na sede do sindicato) temos apenas quatro pessoas aguardando homologação”, Jaelson Dourado diz que não vê crise. “O que acontece é que a presidente Dilma, para superar a crise mundial, vem adotando medidas para segurar a economia, fazendo ajustes necessários. O Brasil não vai parar por causa disso e nossas perspectivas são positivas”.
 Questionado sobre as demissões que ora ocorrem no País, e naturalmente na Bahia, onde milhares foram dispensados, por exemplo, no Estaleiro Paraguaçu, o presidente do Sindicato dos Comerciários não acha que tal situação influencie nas vendas do comércio, além de minimizar as demissões do estaleiro (cerca de seis mil), pois teriam sido “apenas um enxugamento do quadro de funcionários em função de problemas no consórcio”.
 Jaelson também discorda que esteja havendo uma crise de vendas. Segundo ele, o último Dia das Mães foi “muito bom” e muita gente comprou presentes, como sempre. Para corroborar sua opinião, ele cita que “somente no setor de shoppings, o lucro líquido no primeiro trimestre de 2015, no País, foi de cerca de R$ 45 milhões”.
 Quanto à inadimplência, que tanto preocupa os lojistas (pois quem não paga vai parar no SPC e/ou Serasa e perde o direito de compra a crédito), o presidente do Sindicato dos Comerciário vê com naturalidade: “É normal que,  no caso de um dos membros das família perder o emprego, a renda familiar caia, mas não vejo isso como algo alarmante”.(Tribuna)

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