Japoneses querem remover lixo espacial com método Star Wars
Astrônomos japoneses tiveram a ideia inusitada de limpar o espaço com canhões de laser. Não, essa não é uma desculpa para criar a Estrela da Morte de Star Wars.
A corrida espacial na metade do século XX e os constantes lançamentos de satélites têm deixado um rastro de sujeira no universo. De acordo com a Nasa, mais de 500 mil pedaços de detritos, ou “lixo espacial”, já foram rastreados na órbita terrestre.
O que mais preocupa os cientistas é o fato de que esse lixo viaja a velocidades de até 28 mil km/h. Isso é rápido o bastante para que um pequeno detrito danifique um satélite, uma nave espacial ou até tire a vida de um astronauta.
Um time de astrônomos da Japão Riken, um empresa de pesquisas laboratoriais, propôs uma solução para esse problema.
Os pesquisadores querem desenvolver um laser capaz de destruir os detritos. Ele poderia ser acoplado em um telescópio que já está sendo construído para a Estação Espacial Internacional.
Eles pretendem começar com um laser de potência relativamente baixa, para depois aumentar seu poder e criar um canhão de laser.
A operação, chamada de Orbital Clean House (algo como “casa limpa na órbita”), já está assustando algumas pessoas dos meios políticos e militares.
“Todo mundo tem medo de que alguém coloque armas de destruição em massa no espaço”, disse Don Kessler, pesquisador que trabalhou por mais de 30 anos no Centro Espacial da Nasa, em entrevista para a Wired.
O medo é justificado pelo fato de que, se o laser puder destruir foguetes abandonados, ele também poderá extinguir satélites em funcionamento. E isso poderia causar uma guerra.
Para a equipe do Riken, o canhão de laser proposto é uma maneira de não apenas limpar a órbita terrestre, mas também fazer o seu telescópio, o Extreme Universe Space Observatory, mais relevante para a ciência.
Com um amplo campo de visão e a capacidade de registrar até os mais fugazes flashes de luz, o alcance do observatório seria bem adequado para detectar detritos que passam pela órbita terrestre e pela Estação Espacial.
(Exame)